América do Sul

Kirchner vem ao Brasil para discutir comércio e energia

Valor Econômico
06/01/2006 02:00
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Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Néstor Kirchner, se reúnem no dia 18 em Brasília para discutir questões comerciais, e no dia 19 tratarão, junto com o venezuelano Hugo Chávez, de uma iniciativa de integração energética regional. Será a primeira visita de Estado de Kirchner ao Brasil, retribuindo a viagem feita à Argentina por Lula em 16 e 17 de outubro de 2003.

Desde que assumiu o cargo, em maio do mesmo ano, o argentino já teve diversos encontros com Lula, alguns deles no Brasil, mas sempre como parte de outros eventos.

Segundo uma fonte do governo argentino, a pauta das reuniões entre os dois presidentes ainda não está definida, mas deve incluir questões comerciais, como a proposta argentina de salvaguardas no Mercosul e discussões sobre o novo acordo automotivo. Não se espera, entretanto, que os dois temas tenham uma definição.

Na questão das salvaguardas, segundo a fonte, dificilmente o acordo será assinado durante a visita de Kirchner, mas o documento estará pronto antes do fim deste mês, prazo definido em novembro pelos dois presidentes. Sobre a política para a indústria automobilística, na semana passada as regras do intercâmbio atual, que venciam dia 31, foram prorrogadas por mais dois meses para dar tempo para que os dois governos negociem um novo regime.

No encontro com Chávez, o principal assunto deve ser a questão energética. Os três presidentes vão tentar avançar nas discussões sobre a construção de um gasoduto ligando a Venezuela e a Argentina, passando pelo Brasil. A realização de estudos de viabilidade técnica para realização da obra foi decidida em 9 de dezembro durante a última cúpula do Mercosul, em Montevidéu. Espera-se que os três presidentes também analisem as implicações da eleição de Evo Morales à Presidência da Bolívia sobre a situação energética regional.

Diplomatas que preparam a viagem do presidente argentino destacam o aspecto simbólico da visita.Eles acreditam que será uma demonstração do bom relacionamento mantido entre Lula e ele, apesar dos freqüentes rumores de mal-estar entre os dois.

Kirchner demonstrou grande impaciência nos encontros de chefes de Estado organizados por Lula, como a cúpula entre países árabes e sul-americanos, no ano passado. A imprensa argentina também costuma atribuir a Kirchner comentários negativos sobre o presidente brasileiro, principalmente no que se refere à postura adotada com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O Itamaraty acredita que a visita do argentino dissipará uma impressão de animosidade na relação entre os dois. "O relacionamento entre eles é muito bom", garante um brasileiro que já esteve algumas vezes com Kirchner. Ele provavelmente estará acompanhado da nova ministra de Economia, Felisa Miceli, que a mesma fonte qualificou de "fortemente integracionista e simpática ao Mercosul".

O governo brasileiro não descarta introduzir, com o dirigente do país vizinho, conversas sobre a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O tema divide os dois maiores países da América do Sul. Enquanto o Brasil declarou campanha aberta por uma vaga permanente no órgão da ONU, a Argentina adota uma postura bem mais cautelosa, defendendo a criação de uma nova categoria de representação regional temporária.

A diplomacia brasileira sabe que o tema é delicado e não quer transformá-lo em ponto de atrito nas discussões entre Lula e Kirchner. Acha importante, no entanto, que haja a criação de um clima de confiança entre os dois dirigentes a respeito da reforma do conselho.

Os detalhes da visita de Kirchner serão definidos na semana que vem pelo chanceler argentino, Jorge Taiana. Ele se reúne na quarta-feira em Brasília com o chanceler brasileiro, Celso Amorim, e estará acompanhado dos principais funcionários do Ministério das Relações Exteriores de seu país.

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