BNDES

Investimentos em siderurgia demoram

Jornal do Commercio
04/06/2008 11:54
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O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou ontem que os investimentos no setor siderúrgico "estão demorando a deslanchar". De acordo com ele, existe a expectativa de que o consumo de aço no País cresça fortemente nos próximos anos, puxado, principalmente, pelos setores automotivo, de indústria naval, construção civil e bens de capital, o que exigiria um esforço maior por parte do setor siderúrgico nacional.

 

"Há a projeção de investimento de R$ 46 bilhões por parte do setor siderúrgico no Brasil nos próximos três a quatro anos, mas gostaríamos de ver um esforço maior. Gostaríamos que esta carteira se concretizasse e, eventualmente, se ampliasse. Acreditamos que as cadeias automotiva, do complexo naval, da construção civil e de bens de capital consumirão muito aço nos próximos anos", disse Coutinho, que participou do 1º Encontro Nacional de Siderurgia, realizado ontem no Rio.

 

Ainda na avaliação do presidente do BNDES, um dos empecilhos ao investimento siderúrgico é o fato de os projetos serem de grande escala, menos contínuos. "Os investimentos no setor são feitos por escala, são feitos com grandes saltos. Ninguém faz uma siderúrgica pequenininha. Elas exigem investimentos mais robustos", diz ele. Perguntado se o atual ritmo de investimento no setor poderia gerar risco de desabastecimento de aço, Coutinho respondeu que não, mas acrescentou que "não gostaria de sacrificar exportações para suprir o mercado doméstico". "O Brasil deve aproveitar as oportunidades", completou.

 

O vice-presidente executivo do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), Marco Polo de Mello Lopes, rebateu as críticas de Coutinho. Para o executivo, o setor tem feito os investimentos no ritmo adequado, baseando-se no desempenho da demanda do mercado interno. "O que determina o investimento é o que, efetivamente, vai se consumir no mercado interno. Não há investimento no mundo sem este princípio, a não ser negócios específicos como os que vêm sendo feitos pela Vale, em que a produção é voltada para a exportação. O mercado brasileiro começa agora a dar sinalizações e achamos que estamos com o ritmo adequado", defendeu Lopes. De acordo com levantamento recente feito pelo IBS, o Brasil terá, até 2013, parque para produzir 53 milhões de toneladas, frente a um consumo estimado de 40 milhões de toneladas.

 

Banco quer parceria com Vale no Pará. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, confirmou ontem que o banco tem interesse em entrar como sócio da Vale no projeto de uma usina de placas de aço no Estado do Pará. Sem comentar qual seria o percentual de participação do BNDES no projeto, Coutinho disse que é interessante para o banco investir em siderurgia, bem como levar empreendimentos com grande efeito multiplicador para regiões menos desenvolvidas do País.

 

"Considerando o interesse brasileiro em ter um empreendimento no Norte, nós podemos participar. Ainda estamos em tratativas. A usina é interessante como negócio e é importante sob o ponto de vista social", afirmou Coutinho, acrescentando que projetos como o do porto que vem sendo estudado na região (de 3,5 a 5 milhões de toneladas/ano) pode custar de R$ 3 bilhões a R$ 5 bilhões.

 

O presidente da Vale, Roger Agnelli, frisou que a empresa espera a concretizações de iniciativas públicas para a construção da unidade. "A questão é criar toda a infra-estrutura necessária. Houve a promessa do governo federal de construção das eclusas do Rio Tucuruí, bem como a questão dos terminais. Depois disso, é que teremos um projeto mais claro", disse ele. Agnelli repetiu que, se necessário, a Vale fará a usina mesmo que não consiga parceiro algum.

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