O&G TechWeek 2019

Infraestrutura e mudança de cultura corporativa são desafios da transformação digital

Redação/Assessoria IBP
27/08/2019 12:49
Infraestrutura e mudança de cultura corporativa são desafios da transformação digital Imagem: Divulgação Visualizações: 533

O diretor do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Fernando Rizzo, disse nesta segunda-feira (26), na primeira palestra da O&G TechWeek 2019, que o maior desafio do país na transição para a indústria 4.0 é a infraestrutura. Segundo ele, o governo tem mapeadas algumas demandas de investimento para suportar novas tecnologias, mas faltam recursos em função do contingenciamento orçamentário.

"A estratégia de transformação digital coloca uma série de demandas, como a de melhorar nosso backbone, mas enfrentamos esse desafio (de recursos)", disse.

Rizzo destacou também a importância da tecnologia 5G para a transformação digital no setor de petróleo e gás. "Precisamos preparar a infraestrutura do país para o 5G e internet das coisas", disse frisando que o governo vai trabalhar para realizar o leilão das frequências, mas que precisa equacionar algumas questões, como a sobreposição com as frequências da telefonia.

Para os representantes das empresas que participaram do primeiro painel da tarde do evento, a transformação digital no setor vai muito além de infraestrutura, avanços tecnológicos, uso de robótica e maior capacidade de processamento de dados. É preciso uma nova cultura corporativa, com maior integração, trabalho colaborativo e "sem ter medo de errar". "Esse é um passo importante para inovar", ressalta Tâmara García, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Repsol Sinopec.

Sylvia dos Anjos, gerente geral de Tecnologia Aplicada da Petrobras, afirmou que, numa indústria tradicional, essa mudança de pensamento é fundamental, com colaboração das diversas equipes que atuam no projeto de Libra, que será o primeiro ativo "totalmente conectado" operado pela companhia. "O objetivo é, em 2024, usarmos dados e informações digitais para monitorar e diagnosticar tendências que possam afetar processos, segurança, o desenvolvimento dos projetos e o desempenho do campo", disse a executiva.

Para atingir essa meta, é necessário otimizar e redefinir processos, treinar e engajar pessoas e implementar e customizar tecnologias, destacou. E o desafio não é trivial: somente o campo de Libra, um dos maiores do pré-sal em fase de desenvolvimento, conta com 31 bases de dados e 134 sistemas.

Hege Færø-Finnvik , vice-presidente de Operações, Tecnologia e Excelência da Equinor, disse, por sua vez, que a transformação digital demanda uma "escalada para o sucesso" na área tecnológica, reinventar o modo de trabalho e inovar, sempre, ao lado do ecossistema de fornecedores.

Jane Zhang, gerente geral de tecnologia da Shell, afirmou que a transformação digital é um imperativo diante da forte mudança que o mundo atravessa, com crescimento de 100% da demanda de energia até 2050. No Brasil, a Shell já utiliza tecnologias digitais integradas de dados para análises geofísicas e para suporte à operação de poços e na integridade e gerenciamento de FPSOs (navios-plataformas de produção e estocagem de óleo e gás).

Anderson Moraes, gerente de Tecnologia e Digitalização da Aker Solutions, apresentou uma plataforma desenvolvida pela companhia que armazena e integra na nuvem dados de todas partes de sistemas de produção (poços, equipamentos subsea, plataforma, etc), o que ajuda a reduzir o tempo de resposta em falhas operacionais e acidentes, por exemplo.

Em outro painel, representantes das maiores consultorias globais destacaram as tecnologias que têm potencial para serem disruptivas no mercado de óleo e gás. Segundo eles, o maior desafio está na integração das áreas operacionais e corporativas das empresas.

"É preciso comunicar o chão de fábrica com os níveis organizacionais para viabilizar transformação digital. Precisamos de processos bem estruturados na área operacional para extrairmos dados de forma segura. É importante conseguir criar uma ponte entre esses dois níveis", disse Victor Venâncio, sócio diretor da KPMG.

Para Glaucia Alves, diretora de Inovação da Deloitte, as empresas precisam investir em inovações nos processos que já existem, que ela chama de core e adjacentes, mas também em projetos capazes de realmente transformar o negócio. "O portfólio ideal deve ter uns 70% de projetos de inovação no core, 20% de inovação adjacente e 10% em inovação transformacional", disse, frisando que inovação transformacional é a que evita que o negócio sofra disrupção.

Já Viviane Costa, gerente sênior da Accenture, também frisou a importância de maior atenção aos processos e destacou a maturidade do setor de petróleo e gás. Segundo ela, isso ajuda a vivenciar esse momento de transformação de forma saudável, sem correr o risco de gastar muito dinheiro e não ter transformação. "O preço do barril cai e vemos a indústria estável, diferentemente de outros momentos", destacou.

Também participaram do primeiro dia da O&G TechWeek empresa líderes no segmento de tecnologia. A gerente de vendas da Amazon, Cristina Jeronimides, destacou a importância de ser tolerante com o erro, mas, de preferência na fase inicial do projeto, o que reduz o custo. Edilson Cardoso, gerente de Digital e Inovação, Serviços e Suporte da Embraer, companhia que também é de capital intensivo e tem grande foco em segurança assim como as empresas de óleo e gás, afirmou que a empresa busca aproveitar as competências de "todas as gerações" para inovar e conciliar flexibilidade e agilidade do mundo digital com as características do setor, muito regulado.

A O&G Techweek 2019 começou ontem (26)e vai até quinta-feira (30), no AQWA Corporate, na região portuária do Rio de Janeiro com palestras, rodadas tecnológicas, hackathons e sessões de ideação.

A TechWeek é patrocinada pela Petrobras, Tishman Speyer, Fábrica de Startups, Repsol Sinopec, Siemens, Aker Solutions, Aveva, Deloitte, Hexagon, KPMG, Pepperl+Fuchs, Petronet, PwC e Innovaphone.

Veja a programação completa do evento em http://www.ogtechweek.com.br

Institucional

 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Etanol
Anidro sobe 1,07%, e hidratado avança 0,59%
27/10/25
OTC Brasil 2025
WPower Meeting celebra mais uma edição repleta de charme...
27/10/25
OTC Brasil 2025
Evento exclusivo reúne grandes empresas, startups e líde...
24/10/25
OTC Brasil 2025
PRIO compartilha estratégias de negócio para campos madu...
24/10/25
OTC Brasil 2025
BRAVA Energia marca presença na OTC Brasil 2025, com des...
24/10/25
OTC Brasil 2025
OTC Brasil 2025 abre com foco em transição energética, i...
24/10/25
Pessoas
Luiz Carvalho é o novo CFO da Brava Energia
24/10/25
Oferta Permanente
Petrobras informa sobre resultado de leilão da ANP
24/10/25
Firjan
No horizonte 2035+, potencial energético do estado do Ri...
23/10/25
Pré-Sal
PPSA irá leiloar, em dezembro, primeira produção de petr...
23/10/25
OTC Brasil 2025
SLB Brasil marca presença na OTC 2025 com foco em inovaç...
23/10/25
Recursos Humanos
ANP publica novas informações sobre seu Programa de Form...
23/10/25
Leilão
Petrobras vence leilão e arrenda terminal RDJ07 no Porto...
23/10/25
Financiamento
Banco do Nordeste investirá R$ 360 milhões para reforçar...
23/10/25
Oferta Permanente
Equinor arremata dois novos blocos na Bacia de Campos du...
23/10/25
Oferta Permanente
Firjan comemora resultado do Leilão de Partilha da ANP, ...
23/10/25
OTC Brasil 2025
Evento reúne lideranças globais da indústria offshore e ...
22/10/25
Oferta Permanente
3º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha da ANP tem cin...
22/10/25
Posicionamento IBP
3º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha de Produção
22/10/25
Margem Equatorial
Foresea estende contratos das sondas ODN II e Norbe IX c...
22/10/25
OTC Brasil 2025
Masterclass OTC Brasil 2025: Inovação, Liderança e Tecno...
22/10/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.