Redação / Assessoria
A Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN) enviou uma missão especial para o Congresso Internacional sobre os Avanços de Plantas de Energia Nuclear, em Nice, na França, com o intuito de representar a indústria brasileira e buscar novas parcerias no setor. No encontro, foi assinada uma declaração que reforça a posição da geração de energia nuclear como melhor alternativa para frear o aquecimento global e manifesta o interesse de que a matriz nuclear mundial seja reconhecida no United Nations Framework Convention on Climate Change, tratado internacional firmado em 1992 pela estabilização da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera, como fonte energética de baixo carbono. O evento, organizado pelas associações francesa, americana, japonesa e coreana de fomento à energia nuclear, reuniu representantes de 39 países de todo o mundo.
Dados desenvolvidos pela Organisation for Economic Cooperation and Development (OECD) apontam a população mundial chegando a 10 bilhões de pessoas em 2050, dobrando a demanda por energia elétrica no período. Para que o limite de aquecimento global fique em até 2ºC, 80% da eletricidade deve vir de fontes de baixo carbono, número bastante distante dos atuais 30%, o que reforça a necessidade de ampliar o uso da geração nuclear na matriz global.
O presidente da ABDAN, Antonio Müller, participou da assinatura do documento, que está sendo considerado o principal componente da campanha Nuclear for Climate, e também esteve entre os palestrantes de um painel sobre os países que estão aumentando sua atividade nuclear. Na mesa, também estavam Cemal Sökmen, presidente da Nuclear Engineers Society of Turkey (NMD), Xoalisa Mabhongo, representante da South African Nuclear Energy Corporation (Necsa), e Marco Cometto, analista de energia da Nuclear Energy Agency, agência intergovernamental gerida pela OECD, com moderação de Daniel Iracane, vice-diretor da área internacional da Atomic Energy and Alternative Energies Commission (CEA).
O governo brasileiro deu um novo sinal de avanço do Programa Nuclear nacional recentemente, com a previsão de construir 12 novas usinas até 2050, sendo quatro até 2030 e oito nos 20 anos seguintes, o que tem gerado um aumento do interesse da indústria internacional pelo Brasil.
A ABDAN tem se empenhado no trabalho de agilizar este processo, buscando parcerias para fortalecer a cadeia de bens e serviços nacional, e, na última semana, assinou um memorando de entendimento com a Partenariat France Monde Electricité (PFME – Associação Mundial de Eletricidade da França). O objetivo do acordo é a cooperação entre as empresas dos dois países, com foco nos futuros projetos de usinas nucleares a serem instaladas no Brasil, bem como nas atividades de manutenção da Central Nuclear de Angra dos Reis.
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