Situação semelhante ocorre com o consórcio da hidrelétrica de Sinop.
Valor Econômico
O impasse na definição dos cotistas do Fundo de Investimentos e Participações (FIP) Constantinopla, sócio de Furnas na usina de Três Irmãos, é mais um revés para o grupo Eletrobras. Situação semelhante ocorre com relação ao consórcio vencedor da hidrelétrica de Sinop, no rio Teles Pires, em que Chesf e Eletronorte, donas de 49% do empreendimento, ainda não definiram oficialmente o sócio para substituir a Alupar, que tinha 51% do projeto e anunciou publicamente que pretende abandonar o negócio.
No caso de Sinop, a Alupar se dispôs a cumprir todos os compromissos até a entrada do novo parceiro. Não está certo se o FIP Constantinopla fará o mesmo em Três Irmãos, cujo contrato de concessão está previsto para ser assinado em agosto. Pelas regras do setor, o consórcio vencedor é obrigado a manter a composição até a assinatura do contrato.
Assim, o Constantinopla precisa assinar o contrato mesmo que ainda não tenha os cotistas definidos, sob a pena de perder a concessão da hidrelétrica e invalidar o leilão da primeira usina no âmbito da Medida Provisória 579, relativa ao término das concessões de geração e transmissão, configurando uma derrota política para o governo.
Apesar de confirmar informações de que há três interessados em comprar participações dos cotistas do FIP Constantinopla, Furnas não informa quais os possíveis parceiros e nem dá detalhes sobre a sua participação nas negociações. Procurada, a empresa sugeriu que mais detalhes fossem buscados com o próprio fundo. "Furnas vem acompanhando as mudanças na composição do fundo Constantinopla por informações do FIP, que está conduzindo as negociações", informou a empresa, em nota.
Esta é a segunda vez que Furnas evita informar quais são seus possíveis parceiros na usina de Três Irmãos. Ao arrematar 49,9% da hidrelétrica, em 28 de março, Furnas deixou o mercado ansioso e informou apenas no dia seguinte, um sábado, que o detentor dos outros 50,1% era o fundo Constantinopla. A alegação inicial da companhia era de que havia um acordo de confidencialidade com relação ao sócio no negócio. Dias depois do leilão, a subsidiária da Eletrobras informou que a composição do sócio passava por mudanças, com a saída de cotistas.
No caso de Sinop, Chesf e Eletronorte fizeram uma chamada pública para selecionar um novo parceiro para o empreendimento, no lugar da Alupar. A expectativa era anunciar o nome do novo sócio no início deste mês.
Segundo o diretor de Engenharia e Construção da Chesf, José Aílton de Lima, já existe um parceiro definido para Sinop. O nome, porém, só poderá ser revelado após a assinatura do contrato, prevista para ocorrer dentro de três semanas. Segundo ele, o pedido de sigilo foi feito pelo próprio sócio, pois o assunto precisa ser aprovado no conselho de administração da empresa e por se tratar de uma companhia com ações negociadas em bolsa.
Sinop ficará no rio Teles Pires (MT), com 400 MW de potência e investimentos de R$ 1,78 bilhão.
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