O aumento da demanda por canais de escoamento para grãos levou a Hermasa - empresa de navegação do grupo André Maggi - a investir na construção de uma estrutura própria em Porto Velho. Hoje, a empresa utiliza o terminal público do porto da capital de Rondônia, mas o plano é, pelo menos, dobrar a capacidade para movimentação de grãos, que atualmente é de 40 mil toneladas. A Hermasa também planeja trabalhar com dois produtos - soja e milho - simultaneamente, o que não é possível hoje.
"O terreno onde o novo porto será construído já está definido. Estamos agora na fase de obtenção das licenças ambientais para iniciar as obras, que se tudo der certo, começarão ainda este ano", afirma João Zambone, diretor-superintendente da Hermasa. Segundo o executivo, a rota por Porto Velho tem sido uma alternativa nos últimos anos, especialmente para o produtores do noroeste de Mato Grosso.
O canal de exportação foi desenvolvido pelo próprio Grupo André Maggi e completa neste ano sua décima quarta safra. Pela rota, a soja e o milho vão de caminhão até Porto Velho, onde são transferidos para barcaças no rio Madeira. As embarcações seguem até os portos de Itacoatiara (AM) ou Santarém (PA). A partir desses portos, os grãos são transportados em navios que os levam para os destinos, como a Europa.
O caminho pelo rio de Porto Velho até Itacoatiara leva 70 horas. No sentido contrário, contra a correnteza, não necessárias 130 horas. O tempo, no entanto, não tem impedido a expansão. Em seu primeiro ano de atividade, a Hermasa transportou modestas 300 mil toneladas de grãos. Na safra 2010/11 a expectativa da empresa é transportar sozinha 3,8 milhões de toneladas. Apesar de a Hermasa ter desenvolvido a rota, hoje, Cargill e Bunge também a utilizam.
"O corredor do Madeira tem mostrado um aumento contínuo de demanda e temos que desenvolvê-lo juntamente com outros. Mesmo com o crescimento dos embarques pelo norte, os portos do Sul e Sudeste continuam congestionados", diz Zambone.