Petróleo

Grandes petroleiras se voltam para os países mais estáveis da OCDE

Valor Econômico
27/04/2010 10:48
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 Vinte anos atrás, as grandes companhias petrolíferas ocidentais viam seu futuro na África, América Latina e ex-União Soviética, que mudanças políticas e novas tecnologias estavam abrindo para elas. No entanto, uma onda de nacionalismo no setor de recursos naturais, estimulada por um aumento dos preços do petróleo a partir de US$ 40 por barril em 2004 para mais de US$ 147 por barril em 2008, prejudicou essa estratégia, e as grandes companhias petrolíferas estão agora mais focadas em oportunidades mais perto de casa.

 


"Não tememos estar em lugares como a África, mas na OCDE temos menor risco político e tributação mais previsível", disse Patrice de Vivies, diretor de prospecção da Total no Europa Setentrional, mirando o norte, na direção das colunas de fumaça que emergem das chamas nas colunas queimadoras de gases no campo Brent, a 30 quilômetros de distância.

 


Embora as empresas ainda mantenham-se interessadas em contratos no Oriente Médio, África, América Latina e ex-URSS, existe amplo consenso de que oportunidades atraentes nessas áreas serão escassas. Maior empresa europeia petrolífera em valor de mercado, a Royal Dutch Shell disse que planeja canalizar entre 60% e 70% de seus investimentos nos países industrializados pertencentes à OCDE. "Queremos uma determinada parcela de investimento alocada no âmbito da OCDE porque pensamos que, no longo prazo, teremos maior estabilidade política e fiscal lá", disse Peter Voser, executivo-chefe da Shell.

 


Anteriormente, grandes projetos na Rússia e na Nigéria implicavam menor proporção de investimento nos países da OCDE em relação outros países, disse Simon Henry, CFO da Shell.

 


A Repsol, importante petrolífera espanhola cujos campos de gás na Bolívia foram estatizados em 2006, assumiu como pedra angular de sua estratégia reequilibrar seu portfólio assumindo um foco na OCDE, iniciando novos empreendimentos no Golfo do México, Alasca e Canadá, disse um porta-voz. A Exxon Mobil, que saiu da Venezuela devido ao confisco de seus ativos nesse país e disse que não colocaria mais dinheiro na Rússia até que suas regras sobre investimento estrangeiro ficassem mais claras, sinalizou seu foco ao ver aceita em dezembro sua proposta de compra da XTO Energy, produtora americana de gás, por US$ 27 bilhões. A Chevron disse crer que sua produção OCDE vá crescer.

 


Isso contribuiu para ausências em concorrências e não distibuição de licenciamentos na Venezuela e na Argélia nos últimos quatro meses. Maior investimento e produção nos EUA e na Europa vai ao encontro do desejo dos líderes políticos de aumentar a segurança do suprimento energético, mas para as empresas a motivação é exclusivamente econômica. "Há pouca vantagem em alocar grandes investimentos em países ricos em recursos naturais, se os retornos não são comparáveis com as outras opções em um "portfólio", disse Iain Brown, vice-presidente para produção na consultora Wood Mackenzie, em Edimburgo. A OCDE, alvo de muitas aberturas de poços, é atraente apesar de as dimensões das descobertas serem menores.

 


Os custos de produção em países fora da OCDE são muito mais baixos, mas os impostos e royalties são altos e os acordos de partilha de produção muitas vezes asseguram ao governo anfitrião a parte do leão dos lucros. Há também os custos associados a instabilidades em países fora da OCDE. Na Nigéria, por exemplo, a violência paralisa um terço da produção.

 

 

 

 


Fonte: Valor Econômico/ Agências internacionais

 

 

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