Descomissionamento

Governo do ES quer que sucatas de plataformas de petróleo sejam recicladas

A Gazeta, 09/01/2020
09/01/2020 12:57
Visualizações: 1015 (0) (0) (0) (0)

Toneladas de aço em alto-mar e com prazo de validade para serem removidas de lá. Nos próximos 20 anos, a retirada de plataformas de petróleo do oceano deve movimentar R$ 50 bilhões no país. O governo capixaba quer atrair para o Espírito Santo empresas que trabalhem na cadeia do desmonte desses equipamentos e, com isso, fazer com que parte desse valor fique no Estado. Além disso, a ideia é que a indústria da siderurgia reaproveite o metal das unidades de exploração de petróleo.

Nesta quarta-feira (8), no Rio de Janeiro, o governo do estado apresentou na Audiência Pública nº 24/2019 da Agência Nacional do Petróleo (ANP) onze propostas para modernizar as resoluções do descomissionamento de plataformas. Descomissionamento é termo técnico usado para falar da retirada das unidades de óleo e gás dos locais onde estavam instaladas.

Até 2024, a Petrobras pretende descomissionar 18 plataformas em todo o Brasil. No ano passado, a estatal licitou um projeto-piloto para desativar três plataformas fixas, situadas no campo de Cação, na Bacia do Espírito Santo, no litoral de São Mateus. Os 13 poços conectados às estruturas já foram abandonados e o processo deve se iniciar em março deste ano.

Outra plataforma que deve ser removida do Estado é a FPSO Capixaba, operada pela holandesa SBM. Ela já opera há 13 anos no litoral do Espírito Santo (em Golfinho e no Parque das Baleias). A retirada está programada para 2022. Com a saída dela, uma nova será instalada no local.

De acordo com o secretário de Estado de Desenvolvimento, Marcos Kneip, ainda não há uma data pré-estabelecida para que as propostas sejam aprovadas. Se as sugestões feitas pelo Espírito Santo forem aprovadas, ele acredita que a economia capixaba deve ser beneficiada.

"Estamos querendo abocanhar um pouco do mercado que vai surgir com esse primeiro ciclo de descomissionamento, em que serão investidos R$ 50 bilhões. O Espírito Santo leva vantagem diante dos outros Estados porque tem uma indústria siderúrgica que pode cortar esse material e o mercado está interessado nele. Além disso, a logística capixaba favorece o deslocamento dese material", comenta.

Outro ponto importante para o Estado é a atração de novos negócios. Tendo um mercado potencial aberto para a venda desse aço das plataformas, empresas multinacionais que trabalham com o descomissionamento podem se interessar no Estado e abrir unidades em solo capixaba.

Retirada de plataformas do mar é obrigatória

Em média, uma plataforma de exploração alto-mar opera por um período de 15 a 20 anos. Após esse tempo, as petroleiras são obrigadas por lei a removerem suas plataformas dos locais. Para isso, elas contratam uma empresa que fica responsável pela remoção e destinação dos materiais que estavam em alto-mar. É um processo complexo, sobretudo do ponto de vista ambiental, já que inclui o fechamento dos poços e a desconexão deles.

Entre as propostas apresentadas pelo governo estão a indicação de danos marítimos aos resíduos restantes em alto-mar, dispensar o novo programa de descomissionamento de instalações, comprovação de saúde financeira para garantir o processo de descomissionamento, realização de inventário sobre o que será descontinuado, constituição de uma comissão única para reduzir a burocracia para o descomissionamento de plataformas, controle e mitigação de invasão de crustáceos nas plataformas, transparência no processo de descomissionamento e especificação de descartes nas licenças.

O governo do Estado também propôs que em caso da empresa optar por descomissionar enquanto ainda houver produtividade no poço, ela terá a possibilidade de leiloá-lo com os equipamentos e instalações que estão lá.

O secretário de Desenvolvimento ainda lembra que as propostas visam fortalecer e desenvolver a cadeia produtiva do Estado. Além disso, dar tratamento adequado para os resíduos. "É muito aço que pode ser reutilizado. A melhor destinação dele seria pela indústria siderúrgica, que já se mostrou favorável a ideia", argumenta.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Evento
Faesp estuda sinergia entre o setor agropecuário e o hid...
15/10/24
Posse
Luiz Césio Caetano é o novo presidente da Firjan
15/10/24
PPSA
Produção de petróleo da União chega a 89 mil barris por ...
15/10/24
PD&I
Tecnologia de Inteligência Artificial revoluciona a pre...
14/10/24
Oferta Permanente
Em parceria com a Shell e CNOOC, Petrobras assina três c...
14/10/24
Drilling
Norbe VIII retoma operações em novembro após conclusão d...
14/10/24
Oportunidade
Siemens Energy oferece mais de 80 vagas de estágio em di...
14/10/24
Eólica Offshore
Na próxima década a indústria eólica offshore irá passar...
14/10/24
Etanol
Hidratado sobe 2,31% na semana; anidro também valoriza
14/10/24
Pré-Sal
PPSA vai comercializar 2,5 milhões de barris de petróleo...
14/10/24
Belo Horizonte
Inovação e transição energética serão alguns dos temas d...
11/10/24
Rio Grande do Norte
Petrobras irá investir R$ 90 milhões na construção da pr...
11/10/24
Pré-Sal
PPSA registra recorde de arrecadação de R$ 1.4 bilhão em...
11/10/24
Reconhecimento
Radix é destaque entre as Melhores Empresas para Trabalh...
10/10/24
Firjan
Indústria fluminense cresce 5% no 2º trimestre do ano em...
10/10/24
Brasil
Entra em vigor a "Lei do Combustível do Futuro"
10/10/24
Evento
Tecnologia e negócios se encontram na maior feira de ino...
10/10/24
Transição Energética
Transição energética justa só existe se o consumidor for...
10/10/24
Mato Grosso do Sul
Cristiane Schmidt da MSGÁS vê com preocupação impacto da...
10/10/24
Apoio Offshore
Petrobras aprova contratação de 10 novas embarcações par...
09/10/24
TN 151 - Especial ROG.e 2024
Entrevista exclusiva com Sylvia dos Anjos, diretora exec...
09/10/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

20