Opinião

Governo deve adotar política que não deixe o etanol à deriva

Folha de São Paulo
16/09/2011 14:24
Visualizações: 397 (0) (0) (0) (0)
Em 2007, com o anúncio da descoberta de petróleo na camada pré-sal, o etanol começou a perder importância dentro das políticas públicas do governo.

Durante todo o primeiro mandato de Lula, o etanol era uma das principais estrelas. Em todas as viagens ao exterior, o presidente sempre chamava a atenção para a necessidade de serem criados mecanismos para que o etanol tivesse maior participação na matriz mundial de combustíveis.

Com o pré-sal e a chegada da crise econômica de 2008, o etanol ficou à deriva. O petróleo passou a não ser tão sujo nem uma energia do passado. E mais: sua produção no Brasil resolveria todos os nossos problemas sociais, bem como iria modernizar a economia.

Trouxeram de volta o movimento "o petróleo é nosso", e o pré-sal foi usado e abusado para ajudar a eleger a presidente Dilma. Ao mesmo tempo, a crise de 2008 contribuiu para que os produtores de etanol ficassem numa situação econômico-financeira difícil, provocando a queda acentuada no crescimento da área plantada de cana.

A área, que cresceu 9,9% por ano de 2002 a 2008, passou a cair, e a produção de cana, que no mesmo período havia crescido 10,7% por ano, também desabou.

Concomitantemente, o governo criou enormes incentivos econômicos para aumentar a venda de veículos novos, principalmente flex, provocando desequilíbrio entre oferta e demanda de etanol e aumento do seu preço após 2008. Uma primeira pergunta: sem o pré-sal o governo teria deixado o etanol à deriva?

Não é a primeira vez que o governo se esquece de elaborar políticas públicas que permitam o crescimento sustentado do etanol. O carro a álcool, que era o mais vendido durante a década de 1980, de forma similar ao que ocorre atualmente com o carro flex, desapareceu na década de 1990. Uma segunda pergunta: será que o carro flex terá o mesmo destino do carro a álcool?

O etanol precisa de uma política pública que permita seu crescimento sustentado, acabando de vez com essa ciclotimia. Nesse sentido, o governo vem errando nas medidas anunciadas que só fazem perpetuar essa ciclotimia, ao aumentar o risco regulatório, mantendo congelado o preço da gasolina, mexendo no percentual da mistura antes da hora e obrigando a Petrobras a produzir mais.

Na realidade, o governo deveria elaborar políticas públicas de longo prazo, incentivando o aumento da área plantada de cana, promovendo novas tecnologias, adotando uma política tributária que refletisse o fato de o etanol ser uma energia limpa e optando por uma política de preços que reflita os movimentos do mercado.

É preciso que o Brasil se aproprie da vantagem de ser um grande produtor tanto de etanol como de petróleo. Terceira pergunta: o que queremos de participação do etanol na matriz de combustíveis: 30%, 40%, 50%?
Mais Lidas De Hoje
veja Também
Rio Pipeline & Logistics 2025
Na Transpetro, ações de responsabilidade social atendem ...
09/09/25
MME
Estudo projeta expansão da produção de biocombustíveis c...
09/09/25
Rio Pipeline & Logistics 2025
DNV participa da Rio Pipeline & Logistics 2025
09/09/25
Rio Pipeline & Logistics 2025
Construtora Elevação leva inovação, eficiência e sustent...
08/09/25
ANP
A\Sense vence desafio tecnológico da ANP com projeto de ...
08/09/25
Rio Pipeline & Logistics 2025
Rio Pipeline & Logistics 2025 começa hoje, 09/09
08/09/25
São Paulo
FIEE 2025 tem início nesta terça-feira, dia 9, com 600 m...
08/09/25
Combustíveis
Etanol anidro e hidratado registram alta na primeira sem...
08/09/25
Biometano
Necta Gás Natural promove evento sobre as vantagens do b...
05/09/25
Combustíveis
IBP celebra avanço legislativo na tipificação de crimes ...
05/09/25
Rio Pipeline & Logistics 2025
Rio Pipeline & Logistics 2025 começa na próxima semana
05/09/25
Rio Pipeline & Logistics 2025
Grupo Omni Helicopters International leva drones de alta...
04/09/25
IBP
Devedor Contumaz: Aprovação no Senado representa avanço ...
04/09/25
Etanol
Nordeste mostra protagonismo em inovação tecnológica na ...
04/09/25
Reconhecimento
Supergasbras conquista Selo Ouro no Programa Brasileiro ...
03/09/25
Minas Gerais
Com investimento de R$ 314 milhões, centro pioneiro em p...
03/09/25
Copel
Presidente da EPE apresenta visão de futuro do setor elé...
03/09/25
Firjan
Indústria brasileira acumula quatro meses sem cresciment...
03/09/25
Firjan
Junto com a CNI, Firjan inicia missão empresarial nos EU...
03/09/25
Seminário
PPSA destaca potencial de upsides nas áreas que serão le...
02/09/25
Apoio Offshore
Posidonia incorpora PSV Posidonia Lion, sua primeira emb...
02/09/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

23