Redação/Assessoria CCEE
A geração eólica apresentou queda de 16,6% na produção de eletricidade na primeira quinzena de junho, na comparação com o mesmo período no ano passado, recuando de 7.028 MW médios para 5.863 MW médios. Os dados preliminares compõem o boletim InfoMercado Quinzenal, divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE.
O motivo é a ocorrência de chuvas atípicas na região Nordeste, o que resulta em menos ventos. "Na primeira quinzena de junho, foi observado um avanço de frentes frias do Sul para o Sudeste, o que enfraquece a formação de um sistema de alta pressão, e diminui os ventos e a geração eólica no Nordeste", afirma Carlos Dornellas, gerente executivo da área de Segurança de Mercado & Informações da CCEE. O fenômeno também ocorreu em maio.
A geração hidráulica verificou redução, de 7,7%, para 42.584 MW médios. A diminuição é reflexo da queda na demanda de energia por causa das medidas restritivas de combate ao coronavírus.
Os dados indicam ainda uma retração de 6,1% na produção de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) na primeira metade de junho, caindo de 63.422 MW médios no ano passado para 59.572 MW médios em 2020. Já a geração de autoprodutores de energia recuou 0,9%, para 1.241 MW médios.
Consumo
O consumo de energia no SIN no período caiu 8,5% ante as mesmas semanas do ano passado, passando de 60.153 MW médios para 55.013 MW médios, por causa do distanciamento social. A demanda também foi impactada, nesta primeira quinzena, devido a um dia útil a menos do que em junho de 2019, referente ao feriado de Corpus Christi que em 2019 ocorreu em 20/06.
Vale ressaltar que no município de São Paulo, assim como em algumas outras cidades brasileiras, o feriado de Corpus Christi, que ocorreria em 11/06, foi adiantado para o mês de maio, devido aos efeitos da pandemia. Apesar deste adiantamento, o feriado impactou o consumo médio no sistema como um todo.
No Ambiente de Contratação Regulada (ACR), que reúne os consumidores cuja compra de energia é feita pelas distribuidoras, a queda na demanda foi de 8,2%, para 37.790 MW médios, por causa da migração de consumidores para o mercado livre e por causa das restrições causadas pelo combate à Covid-19. Expurgadas as migrações, a queda seria de 6,4%.
No Ambiente de Contratação Livre (ACL), em que consumidores podem escolher o fornecedor da energia, diretamente ou via comercializadoras, o consumo retraiu 9,3%, para 17.223 MW médios. No entanto, ao se expurgar o impacto da migração dos consumidores cativos, o ACL apresentaria queda de 13,2%.
Quase todos os ramos de atividade apresentaram quedas representativas no consumo de energia no mercado livre. As maiores retrações foram dos setores têxteis (39,5%), veículos (37,1%), serviços (22,4%) e madeira, papel e celulose (15,3%).
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