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Folha de PernambucoOs governos do Brasil e da Venezuela decidiram levar adiante os estudos do Gasoduto do Sul, tubulação que levaria gás venezuelano à Argentina. Em um primeiro momento, porém, as estatais Petrobras e PDVSA estudarão apenas um trecho inicial que vai até Pernambuco, no Nordeste, passando por Manaus e com ramais para todas as capitais nordestinas no caminho. As duas empresas se comprometeram a concluir o projeto conceitual do empreendimento ainda este ano para, já em 2008, desenvolver o projeto básico de engenharia.
O anúncio foi feito ao final do primeiro dia da Cúpula do Mercosul, em cerimônia com a presença dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez. Segundo o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, os dois assinaram um memorando de entendimentos bilateral e esse termo poderá garantir que o projeto seja concluído sem percalços regulatórios. Para ser levado adiante, o projeto terá de ser objeto de um tratado bilateral que imponha garantias de respeito ao investimento.
O Gasoduto do Sul começou a ser estudado no início do ano passado, considerando o transporte do gás venezuelano por todo o território brasileiro, cruzando o Uruguai, até Buenos Aires. Ontem, os executivos afirmaram que a participação de outros países é bem-vinda, mas o primeiro trecho, de cinco mil quilômetros e capacidade para transportar 50 milhões de metros cúbicos por dia - pouco mais do que o Brasil consome atualmente -, será estudado em separado para garantir maior agilidade ao processo.
O trecho em estudo sairá de Güiria, no Norte da Venezuela, e transportará gás do projeto Mariscal Sucre, na plataforma continental do país vizinho, controlado pela PDVSA, mas com possibilidade de ceder 35% à Petrobras. Mariscal Sucre tem reservas estimadas em cerca de 400 bilhões de metros cúbicos, equivalentes às reservas brasileiras do combustível. Metade desse volume seria comprometida com as exportações ao Brasil.
Petrobras e PDVSA assinaram ainda uma série de convênios que detalham projetos que vêm sendo negociados há anos. No campo de Carabobo 1, por exemplo, a idéia é que a estatal brasileira fique com 40% da empresa mista que vai explorar as reservas, estimadas em 9 bilhões de barris de petróleo. Em contrapartida, a PDVSA fica com 40% da Refinaria Abreu e Lima, que também vai processar petróleo venezuelano. Gabrielli informou que investimentos projetados para a refinaria aumentaram dos US$ 2,5 bilhões iniciais para US$ 4 bilhões.
Fonte: Folha de Pernambuco
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