Renováveis

Forno solar ganha mercado e se volta para exportações

Desenvolvido com foco nos países pobres e depois de um início comercial mal sucedido, o forno solar português acabou conquistando a alta gastronomia e centenas de lares europeus, e agora aposta na exportação e no mercado de lazer, tendo vendido quase mil unidades em menos de um ano.

Agência Lusa
30/11/2009 11:19
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Desenvolvido com foco nos países pobres e depois de um início comercial mal sucedido, o forno solar português acabou conquistando a alta gastronomia e centenas de lares europeus, e agora aposta na exportação e no mercado de lazer, tendo vendido quase mil unidades em menos de um ano.
 
 
O forno nasceu no Instituto Nacional de Engenharia, Teconologia e Inovação de Portugal (Ineti) e foi idealizado pelo pesquisador Manuel Collares Pereira.


"Na época, o Ineti integrava uma rede ibero-americana de cooperação que procurava disponibilizar tecnologia aos países da América Latina em áreas identificadas como carentes", explicou Nuno de Oliveira Martins.


Desta forma surgiu um forno que não consome combustível e que pretendia "chegar a campos de refugiados ou às populações de zonas afetadas pela desertificação, onde as mulheres e crianças têm de andar muitos quilômetros para recolher lenha para cozinhar", o que representa risco em termos de segurança e de saúde.


Em 2001, a API Capital decidiu apoiar o projeto, "porque achou que havia viabilidade comercial". O grupo Ibermoldes foi escolhido como parceiro industrial e a SunCo foi fundada um ano depois, para comercializar o produto.


"Os resultados foram desanimadores. A simpatia que as pessoas manifestavam pelo produto não se materializou nas vendas", confessou Nuno de Oliveira Martins. Com isso, a empresa fechou as portas em 2005.


Três anos mais tarde, Nuno de Oliveira Martins decidiu retomar o projeto.


"O tema das energias renováveis e das alterações climáticas começou a ser muito falado e isso notou-se em termos de receptividade em relação a este mercado", justificou o empresário.


Mercado alternativo


A nova empresa - Sun OK – decidiu, então, apostar no mercado do lazer.


"Direcionamos o produto para os países desenvolvidos, essencialmente Europa, Estados Unidos e Austrália. Os nossos clientes são, sobretudo, pessoas com casas e jardim para cozinhar ao sol, em que o forno seria uma espécie de complemento do churrasco", explicou Nuno de Oliveira Martins.


O produto, porém, acabou chamando a atenção do chef António Almeida, do hotel da Quinta da Marinha, e, desde o ano passado, são elaboradas no local refeições regularmente.


O forno permite fazer todo o tipo de pratos, exceto frituras, e não queima a comida, porque "cozinha a uma temperatura baixa e homogênea". Um dos principais argumentos de marketing usado pelo empresário é precisamente "a qualidade e sabor dos alimentos confeccionados".


No entanto, demora o dobro de tempo para os pratos ficarem prontos, uma desvantagem que pode virar benefício, já que o forno não requer vigilância nem assistência: "Pode-se deixar a comida a fazer, sair e quando voltar o jantar está pronto"


A empresa está também a explorar os mercados de países em desenvolvimento e já estabeleceu parcerias comerciais em África do Sul, Angola, Guiné, Senegal e Quênia.


Foram criadas duas versões diferentes do forno: uma, mais completa, com um espelho lateral que permite aproveitar o sol de inverno sem necessidade de reorientação e outra, "tropical", que dispensa acessórios.


A Sun Ok vai terminar o ano com cerca de mil unidades vendidas, afirma Nuno Oliveira Martins.


França, Itália, Grécia e Espanha foram os principais clientes dos fornos solares, cujo preço recomendado para o mercado português é de 199 euros.


Apenas cerca de 100 unidades foram comercializadas em Portugal, apesar de o equipamento se beneficiar de uma dedução de 30% no imposto de renda, por usar energias renováveis.
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