<P>A ferrovia aumentou sua participação no transporte de cargas do Porto de Santos, chegando a responder por quase um terço de todas as mercadorias operadas no segundo bimestre do ano. Os dados foram divulgados pela América Latina Logística (ALL), controladora da Portofer, empresa que administr...
A Tribuna - SPA ferrovia aumentou sua participação no transporte de cargas do Porto de Santos, chegando a responder por quase um terço de todas as mercadorias operadas no segundo bimestre do ano. Os dados foram divulgados pela América Latina Logística (ALL), controladora da Portofer, empresa que administra a malha férrea do cais santista.
A concessionária ferroviária aumentou em 6 pontos percentuais sua participação no marketshare da movimentação de produtos pelos terminais da região. Saiu de 25% no segundo bimestre de 2006 para 31% no mesmo período deste ano.
‘‘Isso mostra uma mudança no perfil dos operadores portuários, que começam a optar pelo modal ferroviário’’, explicou o gerente da Unidade de Produção (UP) em Santos, Marcelo Tappis. Logisticamente, é uma boa notícia para o complexo portuário. Com mais cargas indo para ‘‘os trilhos’’, há mais espaço nas estradas para outros artigos.
Ainda no segundo bimestre, a Portofer bateu recorde de movimentação no complexo, tendo crescido 20% em março e 12% em abril últimos na comparação com os mesmos períodos do ano passado.
Somente no mês passado foram escoadas pelas malhas do porto 990 mil toneladas e em março, 987 mil toneladas. De acordo com a empresa, são os melhores índices desde o início do funcionamento da Portofer, em 2000. A ALL passou a administrar a Portofer após a aquisição da Brasil Ferrovias, no ano passado. Até então, a firma era o braço da Brasil Ferrovias no porto.
Nos mesmos meses do ano passado, a movimentação foi de 845 mil toneladas, em março, e 885 mil toneladas, em abril. A média de vagões movimentados por dia também aumentou e, hoje, chega a 525 vagões por dia — um crescimento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado.
IMPORTAÇÕES - Um aspecto a ser destacado é o carregamento de vagões com cargas importadas, estratégia para otimizar a operação ferroviária. Antes, a locomotiva descia a Serra repleta de commodities para serem exportadas pelo porto, mas fazia o caminho de volta vazia — uma perda de energia.
Hoje, o vagão chega carregado e retorna com carga de importação, novamente, commodities agrícolas. O serviço foi bem-sucedido e, como resultado, houve um acréscimo de 106% na meta estipulada pela empresa para este serviço para o mês de abril: ante as estimadas 48,2 mil toneladas, a ALL movimentou 99,4 mil toneladas nessa mão.
INVESTIMENTO - De acordo com Marcelo Tappis, os investimentos feitos na malha aliados à estratégia de melhorias nos ramais do porto possibilitaram à ALL lograr esses números. Desde outubro do ano passado foram investidos R$ 6,5 milhões para manutenção e construção de novas linhas. E até 2009, a empresa prevê fazer investimentos de cerca de R$ 20 milhões na malha do porto.
A ALL herdou da Brasil Ferrovias um cenário caótico no porto, conforme atestou à época a empresa. As condições de manutenção da linha eram tais que o número de acidentes com trens dentro do porto era considerado absurdo pela Codesp, estatal que administra o complexo.
‘‘Em novembro foram contabilizados 75 acidentes no porto. Já em abril registramos 26 ocorrências no mesmo trecho, sendo que cerca de 35% deles foram em razão das fortes chuvas que atingiram a região neste período’’, afirmou Tappis.
Atualmente, a ALL trabalha em parceria com a Codesp na definição do traçado de trechos da perimetral, avenida que está sendo construída no porto para separar os tráfegos ferroviário do rodoviário.
Fonte: A Tribuna - SP
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