Jornal do Commercio
A imprevisibilidade dos leilões de energia específica para compra de eletricidade gerada por cogeração é um dos fatores que estão emperrando a expansão dos investimentos em bioeletricidade por parte das usinas, de acordo com o coordenador de Energia da Secretaria de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo, Jean Cesare Negri.
Segundo ele, apenas 168 usinas estão cadastradas, hoje, para vender excedente energético. Do total, 83% ainda operam com usinas de baixa pressão, que não otimizam a energia produzida. Negri participou de painel sobre cogeração, ontem, no Ethanol Summit (SP).
Negri informa que estas usinas possuem uma capacidade instalada de 2,3 mil megawatt mas apenas 709 MW médios foram vendidos nos leilões oficiais até o momento. Deste total, 25 MW começaram a ser entregues em 2008 e 122 MW começam a ser entregues em 2009.
Já o pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Nivaldo de Castro, afirmou que os modelos de leilões de ajuste (A-3 e A-5) têm beneficiado as termoelétricas através de sua modelagem, o que está aumentando a fonte fóssil da matriz elétrica. "Do total vendido nesses leilões, que não são para uma fonte específica, 63,1% foi de energia gerada por termelétricas movidas à óleo combustível e apenas 1% de energia de cogeração de bagaço de cana."
Para Castro, além de priorizar uma energia fóssil, os leilões estão beneficiando um ciclo energético ineficiente, que terá custo altíssimo para funcionar, se for necessário.
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