Balança Comercial

Exportação de plataforma garante superávit

Saldo positivo de US$ 1,168 bilhão na balança comercial de agosto.

Valor Econômico
03/09/2014 13:22
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A exportação de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 1,116 bilhão e o crescimento das vendas de petróleo foram as principais responsáveis pelo saldo positivo de US$ 1,168 bilhão observado na balança comercial de agosto. O resultado deu origem a um superávit de US$ 249 milhões, o primeiro no acumulado do ano. No mesmo período de 2013 a balança teve déficit de US$ 3,75 bilhões.
Apesar disso, o resultado de agosto foi o pior para o mês desde 2001, quando houve um superávit de US$ 634 milhões, segundo divulgou ontem o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Analistas apontam dificuldades para se manter o saldo positivo até o fim do ano. Além da queda sazonal nos embarques de soja nos últimos meses, não há perspectiva de novas plataformas de petróleo que possam "ajudar" nas exportações. No ano passado, o Brasil exportou US$ 4,9 bilhões em plataformas no último quadrimestre.
Em agosto, a contribuição da plataforma nas exportações foi significativa. Os embarques totais de agosto ficaram praticamente estáveis, com crescimento de 0,1%, na média diária, em relação a igual período de 2013. Sem a plataforma de petróleo, porém, a exportação caiu 5,38% no mesmo critério.
O efeito plataforma foi maior ainda no desempenho dos embarques de manufaturados. A exportação total de manufaturados cresceu 3,8% em agosto, na comparação com mesmo mês de 2013, na média diária. Sem a plataforma, houve queda de 11,66%.
Na mesma comparação, os básicos recuaram 3,3%, resultado de retração no preço internacional do minério de ferro e da base elevada nas exportações de soja em agosto de 2013, pois houve uma antecipação de embarques naquela ocasião. Os semimanufaturados caíram 1,8% em agosto e os embarques de petróleo cresceram 43,4% na mesma comparação, alcançando US$ 1,489 bilhão.
Do outro lado da balança, o desempenho do óleo mascarou a queda geral das importações. Houve aumento de 30,6% nos desembarques de petróleo e derivados em agosto, na comparação com igual mês do ano passado. Levando em conta as importações totais, os desembarques ficaram praticamente estáveis, com alta de 0,1% em agosto, em relação a mesmo mês de 2013. Se tirarmos petróleo e derivados da conta, houve queda de 4,02% nas importações.
Num reflexo da baixa demanda doméstica, a importação de bens de consumo recuou 8,2%, com queda de 2,2% nos não duráveis e de 13,3% nos bens duráveis, na comparação de agosto em relação a igual mês do ano passado. O recuo na importação de bens de consumo em agosto foi bem maior que a queda média de 2,5% na importação da mesma categoria de uso de janeiro a agosto. Num movimento que mostra queda de investimento, a importação de bens de capital teve novo recuo, com queda de 7,3% na comparação com agosto do ano passado, retração pouco maior que o recuo médio de 6,1% no acumulado até o oitavo mês. Os intermediários tiveram queda de 1,1%, praticamente o mesmo nível de recuo médio de 1% no acumulado até o mês.
As quedas nas compras de bens de consumo e de bens de capital em agosto são resultado da desaceleração da economia neste ano e podem ter chegado ao seu recuo máximo para um mês em 2014, de acordo com o pesquisador e economista da Uerj, Rodrigo Branco, para quem há uma forte correlação positiva entre esses setores e o consumo doméstico e o nível de produção da indústria.
Como a perspectiva, na visão de Branco, é que a atividade do país se recupere mesmo que levemente no último trimestre, a balança comercial não deve registrar recuos tão expressivos nas compras externas dos dois grupos de produtos. "Vimos o PIB desacelerar de maneira mais forte nos últimos três meses. As importações de bens de capital e intermediários, principalmente, acompanham a atividade com um certo atraso", diz.
José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), vê o superávit da balança no ano como fruto de uma notícia ruim para a economia do país, pois a melhora do comércio exterior foi causada pela retração da corrente de comércio.
O presidente da AEB lembra que este ano o país não deve contar com a "ajuda" das plataformas na exportação. Além disso, ele nota que neste ano foi adiantado o embarque da safra de soja ao exterior. "Exportamos 42 milhões de toneladas até agora e ainda faltam cerca de US$ 3 bilhões a serem embarcados. Mas na comparação com o ano passado, até julho, estávamos com cerca de US$ 5 bilhões em vendas de soja à frente, o que também vai impactar o resultado das exportações totais nos próximos meses na comparação com 2013."
A diferença entre um pequeno superávit ou um leve déficit este ano será dada pelo desempenho das exportações de petróleo bruto, que cresceram 56% em valor no acumulado do ano. "Em um cenário de US$ 5 bilhões a menos em plataformas para os próximos quatro meses e sem a ajuda da soja a partir de outubro, o petróleo bruto será o fiel da balança".

A exportação de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 1,116 bilhão e o crescimento das vendas de petróleo foram as principais responsáveis pelo saldo positivo de US$ 1,168 bilhão observado na balança comercial de agosto.

O resultado deu origem a um superávit de US$ 249 milhões, o primeiro no acumulado do ano. No mesmo período de 2013 a balança teve déficit de US$ 3,75 bilhões.

Apesar disso, o resultado de agosto foi o pior para o mês desde 2001, quando houve um superávit de US$ 634 milhões, segundo divulgou ontem o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Analistas apontam dificuldades para se manter o saldo positivo até o fim do ano. Além da queda sazonal nos embarques de soja nos últimos meses, não há perspectiva de novas plataformas de petróleo que possam "ajudar" nas exportações.

No ano passado, o Brasil exportou US$ 4,9 bilhões em plataformas no último quadrimestre.

Em agosto, a contribuição da plataforma nas exportações foi significativa. Os embarques totais de agosto ficaram praticamente estáveis, com crescimento de 0,1%, na média diária, em relação a igual período de 2013. Sem a plataforma de petróleo, porém, a exportação caiu 5,38% no mesmo critério.

O efeito plataforma foi maior ainda no desempenho dos embarques de manufaturados. A exportação total de manufaturados cresceu 3,8% em agosto, na comparação com mesmo mês de 2013, na média diária. Sem a plataforma, houve queda de 11,66%.

Na mesma comparação, os básicos recuaram 3,3%, resultado de retração no preço internacional do minério de ferro e da base elevada nas exportações de soja em agosto de 2013, pois houve uma antecipação de embarques naquela ocasião. Os semimanufaturados caíram 1,8% em agosto e os embarques de petróleo cresceram 43,4% na mesma comparação, alcançando US$ 1,489 bilhão.

Do outro lado da balança, o desempenho do óleo mascarou a queda geral das importações. Houve aumento de 30,6% nos desembarques de petróleo e derivados em agosto, na comparação com igual mês do ano passado. Levando em conta as importações totais, os desembarques ficaram praticamente estáveis, com alta de 0,1% em agosto, em relação a mesmo mês de 2013. Se tirarmos petróleo e derivados da conta, houve queda de 4,02% nas importações.

Num reflexo da baixa demanda doméstica, a importação de bens de consumo recuou 8,2%, com queda de 2,2% nos não duráveis e de 13,3% nos bens duráveis, na comparação de agosto em relação a igual mês do ano passado.

O recuo na importação de bens de consumo em agosto foi bem maior que a queda média de 2,5% na importação da mesma categoria de uso de janeiro a agosto. Num movimento que mostra queda de investimento, a importação de bens de capital teve novo recuo, com queda de 7,3% na comparação com agosto do ano passado, retração pouco maior que o recuo médio de 6,1% no acumulado até o oitavo mês.

Os intermediários tiveram queda de 1,1%, praticamente o mesmo nível de recuo médio de 1% no acumulado até o mês.

As quedas nas compras de bens de consumo e de bens de capital em agosto são resultado da desaceleração da economia neste ano e podem ter chegado ao seu recuo máximo para um mês em 2014, de acordo com o pesquisador e economista da Uerj, Rodrigo Branco, para quem há uma forte correlação positiva entre esses setores e o consumo doméstico e o nível de produção da indústria.

Como a perspectiva, na visão de Branco, é que a atividade do país se recupere mesmo que levemente no último trimestre, a balança comercial não deve registrar recuos tão expressivos nas compras externas dos dois grupos de produtos. "Vimos o PIB desacelerar de maneira mais forte nos últimos três meses. As importações de bens de capital e intermediários, principalmente, acompanham a atividade com um certo atraso", diz.

José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), vê o superávit da balança no ano como fruto de uma notícia ruim para a economia do país, pois a melhora do comércio exterior foi causada pela retração da corrente de comércio.

O presidente da AEB lembra que este ano o país não deve contar com a "ajuda" das plataformas na exportação. Além disso, ele nota que neste ano foi adiantado o embarque da safra de soja ao exterior.

"Exportamos 42 milhões de toneladas até agora e ainda faltam cerca de US$ 3 bilhões a serem embarcados. Mas na comparação com o ano passado, até julho, estávamos com cerca de US$ 5 bilhões em vendas de soja à frente, o que também vai impactar o resultado das exportações totais nos próximos meses na comparação com 2013".

A diferença entre um pequeno superávit ou um leve déficit este ano será dada pelo desempenho das exportações de petróleo bruto, que cresceram 56% em valor no acumulado do ano. "Em um cenário de US$ 5 bilhões a menos em plataformas para os próximos quatro meses e sem a ajuda da soja a partir de outubro, o petróleo bruto será o fiel da balança".

 

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