Agência Estado
Os Estados Unidos e a União Européia (UE) devem reconsiderar suas metas de biocombustíveis que têm ajudado a elevar os preços dos alimentos, já que fazem com que produtos que serviriam à alimentação sejam destinados à produção de energia, afirmou hoje o economista e conselheiro especial da Organização das Nações Unidas (ONU), Jeffrey Sachs, que também é diretor do Earth Institute da Universidade de Columbia (EUA).
Segundo ele, metas para produzir mais combustíveis que liberam menos dióxido de carbono "não fazem sentido agora em um cenário de escassez global de alimentos". "Nos Estados Unidos, cerca de um terço da safra de milho este ano será destinado à produção de biocombustível, e isso é um grande golpe para a oferta mundial de alimentos, então esses programas deveriam ser reduzidos de forma significativa", argumentou.
Até agora, o programa de biocombustíveis dos EUA tem tido mais impacto na escassez de alimentos, mas os planos da UE para aumentar rapidamente a produção nos próximos anos também podem começar a ter conseqüências. "Na realidade, nenhum desses programas faz muito sentido em termos de efeito ambiental, de equilíbrio energético ou impacto alimentar. Então, eu defendo uma reconsideração de ambos sob as novas condições de mercado", declarou.
Segundo Sachs, é injusto culpar os especuladores financeiros pela disparada dos preços de produtos como trigo e arroz. "O fato de os estoques estarem muito baixos e a oferta de alimentos estar mais estagnada em comparação à demanda são uma razão para os especuladores comprarem e manterem grãos em antecipação de condições de aperto nos próximos meses e anos", afirmou o conselheiro da ONU. As informações são das agências de notícias internacionais.
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