Os estivadores do Porto de Santos enviaram, na sexta-feira (19), à Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport), uma contraproposta à contratação sugerida pela companhia. A categoria quer continuar a ser escalada para o novo terminal, localizado na Margem Esquerda do Porto de Santos, até março de 2014. A partir dessa data, haveria possibilidade de efetuar a vinculação por meio da Convenção de Leis Trabalhistas (CLT).
"Permanecemos abertos ao diálogo, mas queremos ser escalados até março, quando é nossa Data-Base para alteração de salários", diz o presidente do Sindicato dos Estivados, Rodinei Oliveira. Segundo ele, o vínculo por meio da CLT ainda não oferece "garantia aos trabalhadores”, que, desta vez, não estão amparados pela Lei dos Portos (n º12.815), em vigor desde o início deste ano.
Ainda de acordo com o líder da Estiva, os avulsos ofereceram à empresa a oportunidade de operar, normalmente, com "equipe única". Ou seja, somente estivadores, previamente escolhidos pela Embraport, seriam escalados para efetuar os serviços no terminal, que está em funcionamento pleno - sem interrupção - há quase três semanas.
Na manhã de sexta-feira, os líderes sindicais estiveram com o ministro dos Portos Leônidas Cristino para debater sobre a contratação de avulsos pelos terminais privados. Segundo o presidente do estivadores, o chefe da pasta demonstrou solidariedade às reivindicações do avulso "e se mostrou disposto a apoiar na luta a favor do acordo e do diálogo entre as partes".
A 'Tribuna On-line' tentou contato com os trabalhadores de capatazia do Porto de Santos, representados pelo Sintraport, mas até o momento não obteve retorno. A assessoria de imprensa do sindicato também foi consultada, mas não respondeu às solicitações.
Terminal
A Embraport, por meio da assessoria de imprensa, diz que ainda não recebeu as respostas dos trabalhadores avulsos do Porto de Santos. Na primeira semana de agosto, a Companhia enviou aos sindicalistas novas propostas com o objetivo de concretizar o Acordo Coletivo de Trabalhistas, com as duas categorias que atuam no cais santista.
Em nota, a empresa informou que, além de oferecer a possibilidade de crescimento e ascensão profissional aos trabalhadores, com um pacote de benefícios que inclui plano de saúde e odontológico extensivo à família, seguro de vida, previdência privada, restaurante no local, vale alimentação e vale-transporte, há ainda um aumento no salário da proposta inicial (cujo valor não foi divulgado).
O objetivo da Embraport, segundo a própria companhia, é ter trabalhadores vinculados, com carteira assinada, pois este regime é uma conquista reconhecida por todas as categorias profissionais e oferece maiores garantias ao trabalhador portuário. Outras categorias, que representam 90% da mão de obra, já assinaram acordo de trabalho o novo terminal da empresa, na Margem Esquerda.