Estiagem

Especialistas alertam para condição de hidrelétricas em duas regiões do país

O período de seca começa em abril.

Agência Brasil
03/02/2015 09:21
Visualizações: 324

O diretor do Instituto Luiz Alberto Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe), Luiz Pinguelli Rosa, avaliou que se não chover em quantidade satisfatória algumas hidrelétricas que geram energia para as regiões Sudeste e Centro-Oeste só terão condições de operar por mais um mês. O alerta foi feito em carta que o diretor encaminhou ao ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, e que inclui dados do estudo do diretor do Instituto de Desenvolvimento do Setor Energético (Ilumina), Roberto D'Araujo.

“Se não chover, estamos perdidos. Se chover 50% da média [tradicional], vamos ter racionamento no meio do ano, porque o período de seca começa em abril. É mais do que urgente começar alguma coisa. Todas as medidas que estão sendo tomadas estão corretas, mas com um grande atraso”, revelou à Agência Brasil. No trabalho da Ilumina, D'Araujo indica que a situação hídrica do país é bastante severa, mas não é inédita. Aponta ainda que o caso mais grave é o do Rio São Francisco, que registra índices declinantes há mais de dez anos.

A análise foi apresentada hoje (2) no seminário A Crise Hídrica e a Geração de Energia Elétrica, coordenado pela Coppe com especialistas do setor, no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Fundão, zona norte do Rio de Janeiro. Os dois especialistas defenderam a adoção, pelo governo, de uma campanha de esclarecimento da população sobre o uso racional de energia e água.

“É igual campanha de vacinação de saúde pública contra a dengue. Tem que ter uma campanha para economizar energia e água. O governo tem que educar e estabelecer regras. No momento é a solução. São Pedro não tem nada a ver com isso”, disse D'Araujo.

Na avaliação do diretor do Ilumina, o setor elétrico precisa passar também por uma reformulação. “O critério de operação tem que mudar. Precisamos rever os certificados de garantia dados a cada usina. No passado tínhamos reservatórios que eram capazes de guardar água equivalente ao consumo de dois anos. Nós não temos mais, e a carga foi subindo. A maneira de operar os reservatórios tem que ser alterada, e os certificados definidos no passado têm que ser mudados, porque o critério mudou. O problema é que a gente botou valores fixos para cada usina, dependente de um critério de operação, e ele mudou.”

Segundo D'Araujo, o governo deveria também incentivar o uso de lâmpadas de led (que além de gastar menos energia, esquentam menos o ambiente), reduzir os impostos para a instalação e aquisição de placas de energia, incluindo os tributos sobre a utilização de energia solar.

“Esse incentivo transforma o consumidor em uma espécie de investidor do setor elétrico. Telhados com placas solares, o preço no Brasil é proibitivo, porque as placas pagam imposto, e ao se produzir a energia e não usar, fica com o saldo na Light, mas se consumir de volta, paga ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços]. É um negócio inacreditável. É como se você produzisse tomate no seu jardim e na hora de consumir tivesse que pagar ICMS”, completou, informando que ações como essas favoreceriam um sistema mais eficaz. “Está tudo atrasado”, salientou.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
PD&I
Noruega e Brasil lançam nova chamada conjunta de financi...
04/11/25
Descomissionamento
ABPIP realiza segundo workshop com ANP para discutir des...
04/11/25
iBEM26
Evento internacional de energia abre inscrições para ati...
04/11/25
Etanol
UNICA e Cetesb firmam acordo para fortalecer gestão ambi...
04/11/25
OTC Brasil 2025
Petrobras estuda ter centro logístico no Amapá enquanto ...
03/11/25
Pré-Sal
Campo de Búzios atinge produção recorde de 1 milhão de b...
03/11/25
Mão de obra
Programa de Desligamento Voluntário é lançado pela Petrobras
03/11/25
Etanol
Preços do anidro e do hidratado registram alta
03/11/25
Evento
PPSA reúne CEOs para debater o futuro da indústria de ól...
03/11/25
Evento
Porto do Açu e Porto de Antuérpia-Bruges assinam carta d...
03/11/25
Transição Energética
Fórum Econômico França-Brasil discute transição energéti...
03/11/25
Energia Elétrica
MP do setor elétrico: Órigo Energia ressalta importância...
03/11/25
Posicionamento IBP
PLV 10/2025 prejudica o ambiente de negócios e coloca em...
03/11/25
OTC Brasil 2025
SLB destaca protagonismo e compromisso com a inovação, s...
31/10/25
OTC Brasil 2025
MEQ Energy Hub: Impulsionando o Desenvolvimento Empresar...
31/10/25
OTC Brasil 2025
Foresea é vencedora do 8º Prêmio Melhores Fornecedores P...
31/10/25
OTC Brasil 2025
OTC Brasil 2025 reúne mais de 23 mil pessoas no Rio de J...
31/10/25
Premiação
Empresa baiana atendida pelo Sebrae vence Prêmio Melhore...
31/10/25
Energia Solar
Axial Brasil inicia montagem de trackers solares em usin...
31/10/25
Bacia de Santos
bp avança nos planos para a significativa descoberta de ...
31/10/25
OTC Brasil 2025
Seagems conquista pela quarta vez o Prêmio Melhores Forn...
31/10/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.