ExxonMobil eletrifica campos de óleo e gás e frota de navios até 2025, e antecipa meta netzero para 2035; Petrobras reduz em mais de 53% emissões de CO₂ desde 2009.
Redação TN Petróleo/Assessoria IBPA necessidade global por redução da intensidade de carbono em diversos setores levou muitas operadoras de petróleo e gás a buscar novas tecnologias e práticas para otimizar suas operações offshore com o objetivo de mitigar emissões de carbono. Tais esforços tiveram destaque na agenda da ROG.e, um dos maiores eventos de energia do mundo que está sendo realizado no Boulevard Olímpico, no Rio de Janeiro, até esta quinta-feira (26)
A gerente-executiva do Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes), Maíza Goulart, a Petrobras destacou as ações da companhia que resultaram na redução em mais de 53% em suas emissões de gases de efeito estufa de 2009 a 2023. "Tudo isso foi feito com uma mudança de cultura e com investimentos em eficiência [operacional]", comentou a gerente.
Para o presidente da ExxonMobil Brasil, Alberto Ferrin, com o crescimento exponencial e a melhora da qualidade de vida da população, a demanda por petróleo e gás ainda continuará com o protagonismo na matriz energética, mas com um olhar também para a redução de emissões. "Para descarbonizar todas as operações da ExxonMobil, a companhia tem uma meta pioneira no setor de antecipar o netzero de 2050 para 2035. Todos os nossos campos estão totalmente eletrificados e estamos trabalhando para ter toda a nossa frota de navios eletrificada até o final de 2025", ressaltou Ferrin.
A TotalEnergies tem colocado o desenvolvimento sustentável no centro de suas iniciativas, também com foco em mitigar emissões. Globalmente, a empresa direciona cerca de US$ 1 bilhão por ano para pesquisa e inovação, envolvendo mais de 3.500 pessoas em 18 centros de pesquisa ao redor do mundo. No Brasil, desde 2018, já foram investidos cerca de R$ 450 milhões em mais de 80 projetos de PD&I que aliem inovação e sustentabilidade.
Agência brasileira de fomento à inovação, a FINEP tem 13 chamadas públicas de financiamento abertas no momento, que incluem temas como tecnologias para geração de energia a partir de fontes sustentáveis, hidrogênio de baixa emissão de carbono, armazenamento de energia, segurança e resiliência do Sistema Interligado Nacional, além de captura, armazenamento e uso de CO₂, entre outros.
Combate ao mercado irregular
A Vibra tem entre suas "avenidas de crescimento" nos próximos anos o reforço ainda maior do seu negócio principal, o de postos de combustíveis. Mas tal expansão passa obrigatoriamente pelo combate ao mercado irregular, o que inclui fraudes, adulteração e sonegação de tributos.
"Buscamos fortalecer ainda mais o ICL [Instituto Combustível Legal] para atuar contra essas irregularidades, que distorcem o mercado. Temos de criar as mesmas condições de competição para todos que os agentes possam crescer [sem a concorrência desleal]", ressaltou Ernesto Posada, CEO da Vibra, em painel da ROGe.
O executivo afirmou que a Vibra, que já é a quinta maior empresa em geração de receita do país, caminha rapidamente para ser a principal "plataforma multienergia do país". Para tal, a Vibra investe em outras avenidas de crescimento: o segmento B2B (que inclui frotas e suprimento de combustível de aviação); o avanço em novos corredores logísticos do país; a internalização da companhia sobretudo com a marca de lubrificantes Lubrax; e a atuação no Mercado Livre de Energia.
Investimentos em logística
O aprimoramento da logística de combustíveis é essencial para atender às demandas de novos fluxos de distribuição com o crescimento da demanda, especialmente por biocombustíveis. Sebastião Furquim, vice-presidente de operações e logística da Ipiranga, apontou para a necessidade de discutir a vocação do país, que produz e demanda grandes volumes de biocombustíveis, como etanol de milho, e de buscar melhor eficiência na dinâmica dos fluxos de distribuição.
O secretário-executivo do Ministério de Portos e Aeroportos, Teisu Koike, destacou o cenário portuário atual que a cada ano bate recordes de movimentação de cargas, grande parte de líquidos como petróleo e combustíveis. Esse crescimento mostra a importância de investimentos nesse modal estratégico. "Só no PAC, projetos da área portuária demandarão investimentos de R$ 155 bilhões em 6 anos. Outro ponto é que não basta fazer píer, terminal, dutovias. Temos de viabilizar a entrada e saída de cargas nos portos".
Powerships e uso de hidrogênio
No iUP Innovation Connections, evento paralelo da ROG.e, Beyza Ozdemir, diretora da Karpowership, afirmou que a empresa está ampliando a frota de usinas flutuantes para geração de energia com os powerships, com mais 3GW de embarcações no curto prazo. Com atuação em 20 países e quatro continentes, a empresa tem trabalhado com os governos locais para apoiar a segurança energética em período de secas e mudanças climáticas globais.
A Karpowership também está apoiando iniciativas para retirar o sal da água e gerar potabilidade para as comunidades onde tem operações próximas. "Buscamos estar na vanguarda da transição energética com nossa tecnologia única dos powerships e usamos insumos, como gás natural, para promover geração firme para o Sistema Integrado Brasileiro", comentou a executiva.
João Caldas, diretor de tecnologia da Casa dos Ventos, disse que a empresa tem focado em soluções para redução de consumo de energia em sinergia com menores custos para a indústria, indicando que há desenvolvimento de projetos para aplicação de hidrogênio.
Felipe Travessos, diretor da ONINN, reforçou que é fundamental ter baixa pegada de carbono na produção de semicondutores impressos, core business da empresa. Em sua análise, o uso das tecnologias verdes será essencial para ter um portfólio constituído de baixo carbono até 2030.
Sobre a ROG.e - A ROG.e é um dos maiores eventos do segmento de energia no mundo. Organizado pelo IBP, deverá receber mais de 70 mil visitantes de 65 países diferentes como lideranças do setor, autoridades, investidores, acadêmicos, entre outros públicos. Serão 8 armazéns ocupados com mais de 550 expositores, 7 eventos paralelos e o Congresso.
A ROG.e 2024 conta com patrocínio da Petrobras, Shell, TotalEnergies, Equinor, Galp, Origem, Brava, Petronas, Prio, bp, Chevron, ExxonMobil, Modec, Repsol Sinopec Brasil, SBM Offshore, Acelen, Eletrobras, Excelerate Energy, Ipiranga, Pan American Energy, Vibra, Dell, Nvidia, Naturgy, TechnipFMC, TBG, Trident Energy, ABB, Construtora Elevação, Compass, Foresea, Huawei, Karoon Energy, OceanPact, Perbras, Subsea7, TAG, Transpetro, Vallourec, Renave, além da participação do Governo Federal.
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