Coronavírus

Equipe econômica quer tomar US$4,01 bi de organismos internacionais para despesas com crise

Reuters, 25/05/2020
25/05/2020 21:43
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A equipe econômica quer tomar 4,01 bilhões de dólares emprestados de organismos internacionais para o financiamento de despesas relacionadas à crise com o coronavírus, incluindo ampliação do Bolsa Família e pagamento do auxílio emergencial, do seguro-desemprego e do benefício direcionado aos que têm os contratos de trabalho suspensos ou jornadas reduzidas.

Pelo câmbio desta segunda-feira, os recursos correspondem a aproximadamente 21,9 bilhões de reais.

O pleito terá sua análise finalizada na tarde desta segunda-feira em reunião da Cofiex (Comissão de Financiamentos Externos), composta por membros de diversas secretarias do Ministério da Economia, além do secretário de Política Externa Comercial e Econômica do Ministério das Relações Exteriores.

Institucional

Dos 4,01 bilhões de dólares, o governo irá pleitear 1 bilhão de dólares do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e a mesma quantia tanto do Banco Mundial quanto do New Development Bank (NDB), o banco do Brics.

Fechando o pacote total também estão pedidos de empréstimos de 420 milhões de dólares do banco de desenvolvimento alemão KfW, 350 milhões de dólares da Corporação Andina de Fomento (CAF) e 240 milhões de dólares da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).

O governo pretende direcionar 1,72 bilhão de dólares para o programa de renda básica emergencial, 960 milhões de dólares para expansão do Bolsa Família, 550 milhões de dólares para o programa de manutenção do emprego e renda e mais 780 milhões de dólares para aumento da concessão de seguro-desemprego em meio à expectativa de elevação do número de demissões com a crise.

Os números constam em documento visto pela Reuters.

A alternativa de financiamento junto a esses organismos em detrimento da emissão de dívida para cobertura dessas despesas vem num momento em que membros do time de Paulo Guedes têm destacado que a percepção de risco ligada ao Brasil tem influenciado a estratégia de colocação de títulos mais longos no mercado.

Na semana passada, o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou que o país não tem dificuldade para se financiar com a venda de títulos públicos no mercado doméstico, mas sublinhou que a expansão fiscal só consegue ser bancada com aumento da dívida de curto prazo. Para papéis com vencimento a partir de três anos, a visão é que o prêmio envolvido é muito alto.

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