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Após 14 anos, a Engevix Engenharia voltará a ter ações negociadas em bolsa. A companhia listará seus papéis no Novo Mercado da Bovespa. A decisão já foi aprovada pelos acionistas em assembléia, dia 5 deste mês.
Especializada em engenharia e obras para o setor de infra-estrutura e indústria, a empresa já teve ações na bolsa de 1977 a 1994, quando pertencia à Rossi, que hoje concentra sua atuação em construção civil no ramo residencial. A Rossi vendeu a Engevix aos próprios executivos, em 1997.Os empresários continuam à frente da administração até hoje. Cristiano Kok segue como presidente, e José Antunes Sobrinho e Gerson de Mello Almada, como vice-presidentes de energia e recursos hídricos e indústria e infra-estrutura, respectivamente.
No trajeto para a bolsa, a empresa organizou sua estrutura societária e incorporou as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) Santa Laura, Esmeralda e Santa Rosa. A operação, de R$ 68,6 milhões, mais que dobrou o capital, que aumentou para R$ 111,6 milhões.
As usinas absorvidas pela Engevix fazem parte de um dos focos de negócios que mais empenho vem recebendo recentemente. Desde 1995, a companhia decidiu explorar intensamente o setor de energia e criou, para tanto, a Desenvix. Porém, só no ano passado foram inaugurados os primeiros empreendimentos totalmente desenvolvidos internamente, as PCHs incorporadas - das quais, duas estão em operação e a terceira entrará em atividade até o fim de 2009 (Santa Rosa). A companhia, por meio da Desenvix, também tem planos de gerar negócios como produção de biocombustíveis.
Ao longo dos últimos dez anos, a Desenvix recebeu R$ 700 milhões de investimentos. No fim do ano passado, a empresa obteve financiamento de R$ 36 milhões destinados a pesquisa de novos empreendimentos, tanto de grandes como de pequenas usinas.
A empresa espera que as centrais em desenvolvimento agreguem um faturamento de R$ 90 milhões no próximo ano, quando diversas delas que estão em construção começarão a operar.
Enquanto as iniciativas na área de energia estão em desenvolvimento, os negócios no setor de óleo e gás respondem pela maior parte do faturamento - quase 70% dos cerca de R$ 800 milhões registrados em 2007. A Engevix fechou o maior contrato de sua história, de R$ 1,5 bilhão, para a terceira fase da construção da unidade de tratamento de gás da Petrobras.
Mas as apostas de crescimento não estão apenas em energia. A companhia tem projetos com a intenção de participar do trem expresso do aeroporto de Guarulhos e o Rodoanel, em São Paulo. Apesar de estar com praticamente tudo pronto, a Engevix - não confundir com a empresa de concreto Engemix, pertencente à Votorantim Cimentos - ainda não pediu à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o registro da oferta.
A Engevix, ao se preparar para o Novo Mercado, acrescenta volume à lista de empresas que pretendem ofertar ações na Bovespa, a despeito da volatilidade causada pela crise das hipotecas americanas. Neste começo de ano, foram mais comuns as desistências de abertura de capital do que as listagens. Apenas três operações foram realizadas na bolsa paulista: Nutriplant, GP Investimentos e Redecard. Espera-se que o mercado reabra para grandes operações, mantendo uma maior seletividade.
A Hypermarcas, dona da marca Assolan, iniciou na sexta-feira passada os encontros com investidores para apresentar sua oferta. A operação deve ficar entre R$ 734 milhões e R$ 1,2 bilhão. A expectativa é que a estréia das ações na Bovespa ocorra em 18 de abril.
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