A oferta de energia elétrica no Brasil deve passar de 539,9 ter a watts- hora (TWh) em 2010 para 830 TWh em 2019, segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia 2019, do Ministério de Minas e Energia. Isso significaria uma elevação da oferta interna de 2.782 kWh para 4.016 kWh per capita.
O ministério prevê que o investimento total necessário para suprir a demanda por energia será da ordem de R$ 952 bilhões. Para construir todas essas usinas, serão necessários desde seguro de engenharia até apólices de garantia, passando por seguro de responsabilidade civil. Uma vez em operação, elas passarão a contratar seguro operacional, que cobre danos a estruturas civis, quebra de máquinas, incêndio e alagamento. E haverá uma nova dinâmica entre as seguradoras nessa carteira: algumas saindo e outras investindo.
"Algumas seguradoras saíram dessa carteira ou mudaram o seu critério de aceitação do risco, pois tiveram grandes prejuízos com a carteira por não terem escolhido o risco apropriadamente", conta Mauro Vicente Santos, subscritor de riscos sênior de Energia da ACE Seguradora.
A Ace é uma das companhias que mais tem crescido no segmento de energia, principalmente em apólices para operações de geração hidrelétrica. "O foco é maior, pois ela constitui 80% da matriz energética do país", comenta Santos. Para se ter uma ideia, em abril de 2009, a seguradora tinha uma carteira de 24 usinas. Hoje, são 134 plantas no portfólio, entre elas 114 hidrelétricas, 13 termelétricas e sete eólicas. Segundo Santos, juntas elas representam mais de 30%do total de energia gerada no Brasil. A hidrelétrica de Baguari, localizada em Minas Gerais, por exemplo, fechou em agosto o seguro de suas operações coma Ace.
Especialização Um dos nichos no qual a seguradora tem bastante interesse é o de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Recentemente, fechou a cobertura de riscos operacionais com a Ersa, que possui sete PCHs em operação, sendo que outras quatro estão previstas para entrar em funcionamento ainda neste ano. Outro negócio fechado foi com a Hidrotérmica, que possui quatro PCHs em operação e planeja a construção de outras oito unidades.
As seguradoras especializadas dominam o mercado de energia, como Ace, Allianz, Chubb, Itaú, Tokio Marine e Zurich, pois normalmente as obras envolvem grandes riscos e necessitam de uma análise criteriosa.
Cada uma, porém, tem seu foco de atuação e expertise e apetite para um segmento.
Eólicas A Chubb, por exemplo, atua fortemente no nicho de eólicas, que é a bola da vez em termos de diversificação da matriz elétrica.
Estimativas mostram que os leilões de fontes renováveis devem multiplicar por seis a geração de energia eólica no Brasil até 2013, para 4.597 megawatts (MW). "Fazemos seguro do começo ao fim, desde o transporte das pás para o local da usina, o risco de engenharia, responsabilidade civil e operacional", diz Robert Hufnagel, diretor de Ramos Elementares da Chubb.
Clemens Freitag, diretor responsável pela área de Infraestrutura da corretora Aon, explica que o segmento de eólicas é de grande interesse das seguradoras, pois não apresenta alto nível de sinistralidade no Brasil e envolve cifras altas.
Algumas empresas saíram desse segmento, pois tiveram prejuízo no passado.
Mas outras estão entrando
PROINFA
Por meio do programa está prevista a construção de 144 usinas
PCHS
40% da geração de energia prevista no programa vai vir de 63PCHs
EÓLICAS
Já os ventos vão gerar 1,4 mil MW, que deverão vir de 54eólicas
BIOMASSA
27 usinas com geração à biomassa vão produzir 685MW[2]
PROJEÇÃO
Oferta de energia no Brasil em 2019 deverá ser de 830Twh