Redação TN Petróleo/Assessoria Firjan
A mais recente crise hídrica e energética vem elevando ainda mais o preço da energia elétrica que, no estado do Rio, historicamente é a mais cara do país. Mas o que pode ser mais um entrave na retomada econômica não vem abalando algumas empresas fluminenses, que implementaram soluções inovadoras e estão um passo à frente na melhoria da competitividade. Há exemplos em Campos e Itaperuna, mas, no caso da cidade do Noroeste, o retorno do investimento veio em menos de um ano e com uma redução de 21%, a partir das ações do Instituto SENAI de Tecnologia Química e Meio Ambiente (IST QMA).
O processo começou em 2019, depois que técnicos do instituto visitaram a empresa de água mineral natural L'aqua, localizada em Raposo, distrito de Itaperuna. Para atingir a economia de 21%, a empresa fez ajustes no tempo e horário de utilização de maquinários (denominado ajuste na distribuição da carga), readequando seu sistema de produção e de operação de maquinários.
“A energia é o gargalo de toda empresa, e os técnicos fizeram um levantamento minucioso de todo o processo de produção e dos equipamentos que mais consumiam energia. No nosso caso, que trabalhamos com um produto final de valor baixo, cada centavo é importante para sermos competitivos”, contou Marcelo Pacheco, diretor-sócio da empresa e diretor do Sindicato Nacional da Indústria de Águas Minerais (Sindinam).
Especialista em Serviços Tecnológicos da área de Energia e Sustentabilidade da Firjan SENAI, Sudá de Andrade Neto explica que as economias podem variar de 5% a 25% a partir de medidas como troca de equipamentos, ajustes na operação e até mesmo uma mudança criteriosa de modalidade tarifária no contrato da empresa com a concessionária de distribuição de energia.
“O empresário faz um contrato do que ele acha que pode gastar em energia, mas muitas vezes vai além das suas necessidades práticas”, explica Sudá. “Estamos falando de um insumo fundamental para qualquer empresa, de qualquer tamanho e setor, e um dos mais caros. Portanto, ações como essas, voltadas para a eficiência energética, ganham ainda mais importância agora, em um contexto de crise hídrica e energética, pois são medidas que costumam gerar um retorno sobre o investimento mais curto, em geral de menos de um ano”.
A energia chega a representar cerca de 40% dos custos de produção de uma empresa. Segundo estudo da Firjan, com dados de janeiro a outubro do ano passado, o estado do Rio continua, disparado, com a maior tarifa de energia elétrica para o setor industrial entre todos os estados da federação. Segundo dados da ANEEL, são, em média, R$ 922,67 por hora de megawatt (MWh), dos quais 36% são impostos. O segundo lugar, por exemplo, é Mato Grosso, que tem média de R$ 735,44 por MWh, sendo 31% de imposto.
“A energia é um gargalo contra o qual estamos lutando, mas o Instituto SENAI de Tecnologia nos aponta soluções viáveis e a curto prazo que se tornam ainda mais imprescindíveis neste momento crítico”, destacou o presidente da Firjan Noroeste Fluminense, José Magno Vargas Hoffmann.
As ações fazem parte do programa Indústria Mais Eficiente do Instituto SENAI de Tecnologia, localizado na Tijuca, Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, mas atende a todo o estado fluminense e está aberto a qualquer empresa interessada. Associados da federação têm prioridade no acesso ao serviço.
Energia solar como alternativa
Outra solução que os empresários vêm buscando é o uso de energia solar. Em Campos, um dos pioneiros em sua área de atuação foi Rodolfo Gama, dono de uma cerâmica na Baixada Campista. Ele começou em 2017 com a instalação de 300 placas. E hoje já planeja a expansão, enquanto percebe um grande crescimento dessa iniciativa, especialmente na Baixada.
“A taxa de retorno do investimento é de quatro anos, mas comigo veio até antes. Tive uma redução no custo com energia de no mínimo 15%. É um negócio que vale muito a pena, tanto que hoje já existem entre 15 e 20 cerâmicas com energia solar em Campos, e em breve mais 10 estarão com esses equipamentos”, contou Rodolfo.
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