Jornal do Commercio
A Eletronorte está em busca de financiamento para investir na construção de cerca de 100 quilômetros de linhas de transmissão e em mais três subestações de distribuição de energia elétrica, nos estados do Maranhão e Piauí. Os projetos integram dois lotes de empreendimentos objeto de leilão realizado em outubro passado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), vencido pela estatal.
Os dois lotes demandarão investimentos totais de R$ 158,9 milhões. A obtenção de financiamentos, porém, ainda depende da assinatura do contrato de concessão com a Aneel, prevista para fevereiro - a data precisa não foi estabelecida pela agência reguladora. A estimativa da concessionária é de que, após a assinatura, em menos de seis meses as obras físicas poderão ser iniciadas.
“A ideia é a de utilizar o máximo de capital financiado possível. Há a possibilidade de buscarmos algum recurso com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e com a Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste). Também não descartamos a alternativa de conseguir empréstimo com a Eletrobrás”, afirmou o coordenador de Viabilização de Negócios da Eletronorte, Wilson Fernandes de Paula.
O coordenador disse que o mais provável é que haja a pulverização das fontes de recursos. Ele explicou que a escassez do crédito, decorrente da crise financeira internacional, não será empecilho para o financiamento dos projetos do setor elétrico no país. “A necessidade de investir em infraestrutura está além da crise. Não faltará recursos para o setor elétrico este ano, mesmo com a crise”, enfatizou Fernandes de Paula.
Dos dois lotes arrematados no leilão de outubro, um compreende a construção de uma linha de transmissão de 95 quilômetros, que ligará o estado do Maranhão ao Piauí. A linha, denominada Ribeiro Gonçalves-Balsas , dependerá da construção de duas subestações, cada uma localizada em uma ponta da linha. O contrato de fornecimento de equipamentos foi fechado com a empresa espanhola Abengoa.
equipamento e obras. Com valor de R$ 92 milhões, o contrato prevê, além da aquisição de equipamentos, a realização das obras físicas. O prazo de conclusão do empreendimento estipulado pela Aneel é de 18 meses a partir da assinatura do contrato de concessão.
O outro lote prevê o seccionamento da linha de transmissão Presidente Dutra-São Luís II, a ampliação em sete quilômetros da mesma linha e a construção da subestação Miranda II. O contrato de fornecimento foi assinado com o grupo francês Areva e somou R$ 66,9 milhões. A empresa ficará responsável pelo fornecimento de materiais, pela montagem e realização das obras, comprazo de entrega de 24eses após a assinatura do contrato de concessão.
Segundo Fernandes de Paula, a licença ambiental ainda não foi concedida pelo Ministério do Meio Ambiente. Os estudos de viabilidade, porém, explicou, já estão em curso. “Não haverá muitos problemas com o licenciamento ambiental. Vamos trabalhar no cronograma mais curto possível para que em menos de seis meses tudo esteja pronto para o início das obras”, completou.
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