Opinião

É premente remover os gargalos do setor do plástico

As causas do desequlibrio da balança comercial da indústira de transformação de plástico brasielira vai além da questão cambial. Segundo análise de Merheg Cachum, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), o que mais pesa para o saldo negativo está relacion

Merheg Cachum
28/04/2010 11:50
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   Por  Merheg Cachum*

      

 A indústria transformadora de plástico, sétimo maior setor da economia brasileira, fechou 2009 com déficit de US$ 918 milhões em sua balança comercial. O montante significa redução de 7,8% em relação a 2008, quando o saldo negativo foi de US$ 996 milhões, um recorde desde o início da série histórica desse dado, em 1996. O resultado negativo do ano passado, ainda muito elevado, resulta de exportações de US$ 1,187 bilhão, correspondentes a 280 mil toneladas, cerca de 15% menores do que em 2008, e de importações de US$ 2,106 bilhões, correspondentes a 469 mil toneladas, que recuaram pouco mais de 16%, em comparação com o exercício anterior.

 

         É importante entender que as causas do desequilíbrio da balança comercial da indústria brasileira de transformação do plástico transcendem à questão cambial. As flutuações da moeda, embora tenham certo impacto, não exercem influência tão acentuada no comércio exterior setorial como ocorre com outros segmentos. Tampouco, pode-se atribuir o problema à crise econômica mundial. O fator preponderante para o saldo negativo relaciona-se a questões estruturais, como a exagerada carga tributária e problemas do mercado interno.

 

         Os números de 2009 demonstram, mais uma vez, a necessidade premente de se restabelecer o equilíbrio da indústria transformadora do plástico. Para isso, seria importante a adoção de medidas absolutamente viáveis, como a isonomia do IPI e aumento do prazo de recolhimento dos impostos, acesso mais amplo a financiamento e com o mesmo nível dos juros internacionais, de modo a suscitar a igualdade de preços com os praticados no Exterior. Apenas para lembrar: mesmo com a queda promovida pelo Copom, o juro real brasileiro continua sendo o mais elevado do mundo. Portanto, os problemas que afetam a balança comercial da indústria de plásticos antecedem a crise mundial.

 

Há um aspecto positivo no comércio exterior: a boa performance das exportações, cujo volume evidencia a qualidade crescente dos produtos brasileiros de plástico transformado. O setor, porém, tem imenso potencial no sentido de contribuir para o superávit da balança comercial brasileira, revertendo, a médio prazo, o déficit que tem experimentado. Ninguém, em especial as autoridades econômicas, deve resignar-se a um saldo comercial negativo perene de um dos ramos mais dinâmicos de nossa economia.

 

Assim, é preciso considerar com maior atenção as sugestões da indústria do plástico voltadas à ampliação de sua competitividade. Trata-se de um setor com faturamento total de R$ 40,2 bilhões (2009) e gerador de aproximadamente 300 mil empregos. É a sétima maior atividade da economia brasileira, com peso expressivo no PIB e influência em cascata na maioria dos segmentos indústrias e nos bens duráveis e de consumo, incluindo a indústria automobilística e a construção civil.

 

As perspectivas da indústria de transformação do plástico são otimistas para este ano, coerentes com as previsões de crescimento do PIB nacional, acima de 5%. No entanto, independentemente da consistência do setor, de seus bons resultados globais e crescimento, sua performance poderia ser ainda mais positiva com a solução dos problemas que o afetam e que se refletem, de modo mais acentuado, em sua balança comercial. Portanto, todo empenho deve ser feito para a remoção dos gargalos que limitam seu potencial de desenvolvimento.

 

 

 

*Merheg Cachum é presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast).

 

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