Política

Disputa pela direção da OMC aumenta e brasileiro se consolida entre os favoritos

Roberto Azevedo busca apoio na Europa, Ásia e Oriente Médio.

Valor Econômico
11/03/2013 14:45
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A tensão começa a crescer na disputa pela direção da Organização Mundial do Comércio (OMC), ao mesmo tempo em que o candidato brasileiro Roberto Azevedo se consolida entre os favoritos. Desde o começo de janeiro, quando começou sua campanha, Azevedo não parou: visitou 37 países na América Latina, África e Europa, e agora continuará a busca de apoio na Europa, Ásia e Oriente Médio.
"Estou muito satisfeito com as reações à minha candidatura, tanto em Genebra quanto nos vários países que visitei", disse ele, de passagem por Genebra, no intervalo de uma maratona de reuniões com delegados de diferentes países.
Na cena comercial, cada um faz simulações de apoio procurando favorecer o tamanho da "simpatia" recebida por seu candidato. Mas a tendência no geral aponta, entre os nove, para Roberto Azevedo e a candidata da Indonésia, Mari Pangestu, na reta final, seguidos pelo neozelandês Tim Groser.
Quem está atrás, pelo menos na percepção de bom número de delegados em Genebra, prefere insistir que as decisões ainda serão sacramentadas nas capitais, envolvendo interesses que vão bem além do comércio.
A escolha do novo diretor-geral dessa entidade-chave na governança global não é por votação e sim por consenso. Uma troica formada pelos embaixadores do Paquistão, Canadá e Suécia, que presidem os principais órgãos da OMC, servirá como "facilitadora" na seleção das candidaturas.
Nesta semana, a troica fará a primeira reunião com chefes de delegação dos 159 países membros para tentar definir os próximos passos do processo de escolha - e, sem surpresa, a possibilidade de conflito aumenta. A Coreia do Sul apareceu com uma proposta que visa dar um pouco de fôlego a seu fraco candidato. Sugere várias rodadas de seleção, com eliminações de candidatos, para sobrarem três na rodada final.
A preocupação de vários emergentes é que, sobrando três para a final, dois candidatos de nações em desenvolvimento se dividiriam e favoreceriam um candidato de país desenvolvido. Se os países ricos forçarem nessa proposta, o conflito será inevitável já agora. A Índia foi um dos primeiros a avisar que só devem sobrar dois candidatos para a rodada final.
Sobretudo, resta definir o "consenso". Por exemplo, um candidato chega na final com 90 apoios e outro com dez. Só que o primeiro sofre o veto de um país. O que a troica vai fazer? Ignorar a maioria e apontar o segundo como escolha consensual?
O desafio é buscar um equilíbrio entre transparência e formação de consenso, até para evitar o que aconteceu há mais de dez anos, na disputa pelo cargo entre o tailandês Supachai Panitchpakdi e o neozelandês Mike Moore. O sentimento geral entre países em desenvolvimento era de que Supachai tinha muito mais apoio. Quando a troica anunciou o suposto consenso em torno de Moore, a rejeição foi enorme, o processo ficou bloqueado. Várias semanas depois o jeito foi dividir o mandato entre os dois (de três anos para cada um, em vez dos quatro anos normis). Com a OMC rachada, nenhum deles conseguiu fazer nada no cargo.
Com nove candidatos desta vez, a repetição do cenário catastrófico não pode ser afastado. "Consenso só existe quando há confiança mútua entre os países, e é difícil dizer que isso existe hoje", diz um observador dos processos de seleção na OMC.
Ou seja, há o risco de sair um vencedor numa entidade rachada, já com dificuldade para empurrar por alguma liberalização na conferência ministerial de dezembro, em Bali (Indonésia) para ajudar a economia mundial a se recuperar.

A tensão começa a crescer na disputa pela direção da Organização Mundial do Comércio (OMC), ao mesmo tempo em que o candidato brasileiro Roberto Azevedo se consolida entre os favoritos. Desde o começo de janeiro, quando começou sua campanha, Azevedo não parou: visitou 37 países na América Latina, África e Europa, e agora continuará a busca de apoio na Europa, Ásia e Oriente Médio.


"Estou muito satisfeito com as reações à minha candidatura, tanto em Genebra quanto nos vários países que visitei", disse ele, de passagem por Genebra, no intervalo de uma maratona de reuniões com delegados de diferentes países.


Na cena comercial, cada um faz simulações de apoio procurando favorecer o tamanho da "simpatia" recebida por seu candidato. Mas a tendência no geral aponta, entre os nove, para Roberto Azevedo e a candidata da Indonésia, Mari Pangestu, na reta final, seguidos pelo neozelandês Tim Groser.


Quem está atrás, pelo menos na percepção de bom número de delegados em Genebra, prefere insistir que as decisões ainda serão sacramentadas nas capitais, envolvendo interesses que vão bem além do comércio.


A escolha do novo diretor-geral dessa entidade-chave na governança global não é por votação e sim por consenso. Uma troica formada pelos embaixadores do Paquistão, Canadá e Suécia, que presidem os principais órgãos da OMC, servirá como "facilitadora" na seleção das candidaturas.


Nesta semana, a troica fará a primeira reunião com chefes de delegação dos 159 países membros para tentar definir os próximos passos do processo de escolha - e, sem surpresa, a possibilidade de conflito aumenta. A Coreia do Sul apareceu com uma proposta que visa dar um pouco de fôlego a seu fraco candidato. Sugere várias rodadas de seleção, com eliminações de candidatos, para sobrarem três na rodada final.


A preocupação de vários emergentes é que, sobrando três para a final, dois candidatos de nações em desenvolvimento se dividiriam e favoreceriam um candidato de país desenvolvido. Se os países ricos forçarem nessa proposta, o conflito será inevitável já agora. A Índia foi um dos primeiros a avisar que só devem sobrar dois candidatos para a rodada final.


Sobretudo, resta definir o "consenso". Por exemplo, um candidato chega na final com 90 apoios e outro com dez. Só que o primeiro sofre o veto de um país. O que a troica vai fazer? Ignorar a maioria e apontar o segundo como escolha consensual?


O desafio é buscar um equilíbrio entre transparência e formação de consenso, até para evitar o que aconteceu há mais de dez anos, na disputa pelo cargo entre o tailandês Supachai Panitchpakdi e o neozelandês Mike Moore. O sentimento geral entre países em desenvolvimento era de que Supachai tinha muito mais apoio. Quando a troica anunciou o suposto consenso em torno de Moore, a rejeição foi enorme, o processo ficou bloqueado. Várias semanas depois o jeito foi dividir o mandato entre os dois (de três anos para cada um, em vez dos quatro anos normis). Com a OMC rachada, nenhum deles conseguiu fazer nada no cargo.


Com nove candidatos desta vez, a repetição do cenário catastrófico não pode ser afastado. "Consenso só existe quando há confiança mútua entre os países, e é difícil dizer que isso existe hoje", diz um observador dos processos de seleção na OMC.


Ou seja, há o risco de sair um vencedor numa entidade rachada, já com dificuldade para empurrar por alguma liberalização na conferência ministerial de dezembro, em Bali (Indonésia) para ajudar a economia mundial a se recuperar.

 

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