Jornal do Brasil
Especialistas do setor afirmam que também haverá dificuldades para o projeto da P-53, prevista para o campo de Marlim Leste e que está em fase de consolidação do projeto básico. A informação, porém, é contestada por Otoniel Silva, presidente da Quip, o consórcio responsável pelo projeto, cujo nome é formado pelas iniciais das empresas que o compõem: Queiroz Galvão, Ultratec e Iesa. O executivo afirma que a plataforma será entregue dentro do prazo (agosto de 2008) e com os 55% de conteúdo mínimo exigido.
- Ao que tudo indica, as empresas nacionais deverão demorar mais do que o esperado pelo governo para aumentar a capacidade de fornecimento de equipamentos nacionais para o setor offshore - afirma Marcelo Corrêa, da Ademi.
Ele revela que experiências recentes dos grandes contratantes indicam que a indústria nacional ainda não alcançou condições de competir em igualdade de forças com fornecedores estrangeiros. Segundo ele, se antes a expectativa do Ministério de Minas e Energia era de ampliar a capacidade de fornecimento para cerca de 80% até 2008, hoje já se acredita que isso só será possível por volta de 2010.
Corrêa afirma que ainda faltam condições de competitividade para fornecer principalmente tubulações, equipamentos eletroeletrônicos e certos tipos de aço, como o super-duplex, que não é fabricado por siderúrgicas nacionais em escala suficiente para atender a demanda do setor offshore nacional. No setor eletroeletrônico, por exemplo, a dificuldade é grande para fornecer equipamentos como motores, compressores e bombas.
O diretor adjunto da Onip, Oswaldo Pedrosa, afirma que a entidade reestruturou seu Comitê de Competitividade para discutir formas de pelo menos minimizar o impacto negativo do chamado Custo Brasil. A idéia é apresentar propostas para o governo na área tributária. Entre outras coisas, revela Pedrosa, é preciso criar mecanismos que acabem com a incidência em cascata na cadeia de bens e serviços de impostos como IPI, PIS, Cofins e ICMS. Outro ponto que preocupa, segundo ele, é a sobrevalorização do real, que reduz a rentabilidade dos contratos em dólar.
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