Aço

Demanda fraca impacta Gerdau

<P>A Gerdau, uma das maiores fornecedoras de aço no mundo, registrou lucro líquido consolidado de R$ 35 milhões no primeiro trimestre de 2009, o quer representa uma queda de 96,7% em relação ao R$ 1,09 bilhão de igual período de 2008. Na comparação com o último trimestre do ano passado, R$...

Jornal do Commercio
08/05/2009 00:00
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A Gerdau, uma das maiores fornecedoras de aço no mundo, registrou lucro líquido consolidado de R$ 35 milhões no primeiro trimestre de 2009, o quer representa uma queda de 96,7% em relação ao R$ 1,09 bilhão de igual período de 2008. Na comparação com o último trimestre do ano passado, R$ 311 milhões, a queda foi de 88,7%. O diretor-presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, ressaltou que a comparação do resultado da companhia deve ser feita com o último trimestre de 2008, quando a crise já havia explodido.

“A realidade desse trimestre é bastante diferente dos primeiros meses do ano passado. Com a crise mundial, é importante a comparação até mês a mês para podermos observar como está o mercado. O quarto trimestre de 2008 faz parte do mesmo cenário atual”, explicou Johannpeter.


Segundo a companhia, o desempenho no trimestre foi impactado pela redução da demanda mundial por aço, o que levou o setor a reduzir a produção, e pela queda dos preços do aço no mercado internacional. Entre janeiro e março de 2009, a receita líquida da siderúrgica foi de R$ 6,968 bilhões, equivalente a uma queda de 22,1% em relação aos R$ 8,945 bilhões obtidos em igual período do ano anterior. Se a comparação for feita com o resultado dos últimos três meses de 2008 ( R$ 9,420 bilhões), a queda chega a 26%.


caixa maior. “Conseguimos nos adequar rapidamente à nova realidade do mercado, pela flexibilidade de nossas operações e pelo esforço e qualidade de gestão das equipes, em todos os países em que atuamos. Aumentamos o caixa, que somou R$ 5,8 bilhões no final de março, e melhoramos a liquidez, reduzindo capital de giro. Além disso, o custo total de produção foi reduzido em R$ 1,8 bilhão, o que representa 28% a menos em comparação com trimestre anterior. Nosso esforço gerencial deverá influenciar positivamente os custos nos próximos trimestres, que não estarão mais impactados pelos elevados estoques produzidos para atender aos crescentes níveis de consumo verificados até outubro de 2008″, afirma o executivo.


Segundo informou a companhia, o consumo de estoques de aço na cadeia siderúrgica do Brasil e dos Estados Unidos está praticamente encerrado, o que deve ajudar a Gerdau a elevar produção no segundo trimestre, após passar os primeiros três meses do ano produzindo menos do que vendeu. O setor siderúrgico global apresentou forte redução de produção no primeiro trimestre deste ano, para adequação ao novo patamar de demanda.


As vendas consolidadas dos primeiros três meses desse ano atingiram 3,1 milhões de toneladas, apresentando redução em relação ao quarto trimestre de 2008. Em outubro, as vendas ainda apresentaram desempenho favorável, mantendo-se nos níveis dos primeiros nove meses de 2008 e, portanto, não influenciado pela crise mundial. As vendas físicas do mês de março, no entanto, foram 20,7% superiores aos volumes comercializados em dezembro de 2008. O que, segundo a companhia, já evidencia sinais de recuperação dos mercados, apesar da significativa redução da demanda mundial por aço.
PRODUÇÃO. A produção de aço bruto (placas, blocos e tarugos) da Gerdau foi de 2,5 milhões de toneladas de janeiro a março de 2009, queda de 22,4% e de 50,4% na comparação, respectivamente, com a produção do quarto e do primeiro trimestre de 2008. Já a produção de laminados totalizou 2,4 milhões de toneladas nos primeiro três meses de 2009, retração de 8,4% em relação aos últimos três meses de 2008 e e de 44,1% ante os primeiros três meses do mesmo ano.


“A produção em fevereiro desse ano foi melhor do que em janeiro e março foi melhor que fevereiro. A tendência é de melhora. Os estoques da cadeia, sobretudo na América do Norte e no Brasil, estão em níveis bem normais. O consumo de estoques está praticamente acabado”, afirmou o vice-presidente Executivo de Finanças, Controladoria e Relação com Investidores, Osvaldo Schirmer.


No Brasil, a redução da produção de aço bruto no primeiro trimestre de 2009 em relação ao quarto trimestre de 2008 deve-se, principalmente, à antecipação da parada do alto-forno de três milhões de toneladas na Gerdau Açominas. A parada, inicialmente com retorno programado para o final de março foi estendida, considerando as condições atuais do mercado internacional. O outro alto-forno da Gerdau Açominas, com 1,5 milhão de toneladas de capacidade, segue em operação.


“Estamos esperando a resposta do mercado para retomar a produção do alto-forno parado da Açominas, de 3 milhões de toneladas de capacidade. O forno passou por manutenção sem pressa e já está pronto para entrar em operação, mas só o aumento da demanda pode definir quando iremos retormar”, afirmou Johannpeter.


O Ebitda (lucro líquido antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) alcançou R$ 599 milhões no período de janeiro a março deste ano, queda de 58,7% em comparação com os R$ 1,452 bilhões registrados de outubro a dezembro do ano passado. No primeiro trimestre de 2008, o Ebitda foi de R$ 2 bilhões, queda de 70,05% em relação ao igual período desse ano. A margem Ebitda alcançou 8,6% nos três primeiros meses de 2009.


De janeiro a março, os investimentos somaram US$ 242 milhões, destinados à continuidade de projetos já iniciados em 2008. Deste total, 57,9% foram aplicados no Brasil (excetuando unidades produtoras de aços especiais) e 42,1% nas demais operações. O plano de investimentos em ativo imobilizado, bens imóveis, para os próximos cinco anos é de US$ 3,6 bilhões, passíveis de redução, considerando os custos dos investimentos no cenário econômico futuro. Para 2009, a previsão de desembolso de caixa para esses investimentos é de US$ 550 milhões. “Caso as demandas acelerem, ou mesmo desacelerem, a Gerdau terá que se adaptar, mas estes são os números válidos atualmente”, afirmou Johannpeter.


DIVIDENDOS. A Gerdau afirmou que não antecipará o pagamento de dividendos nesse trimestre. “Nossa política de pagamento de dividendos se mantém intacta. Com distribuição de dividendos claras e alinhadas ao mercado, pagando, no mínimo, 30% do lucro líquido ajustado em cada ano, enquanto a lei vigente no Brasil exige mínimo de 25%. Em razão do cenário econômico atual e do objetivo de preservar o caixa, decidimos que neste trimestre seria prudente não antecipar”, afirmou Schirmer.


A Gerdau tem presença industrial em 14 países, com operações nas Américas, na Europa e na Ásia, as quais somam uma capacidade instalada de mais de 20 milhões de toneladas de aço. É a maior recicladora da América Latina e, no mundo, transforma, por ano, cerca de 16 milhões de toneladas de sucata em aço. Com mais de 140 mil acionistas, as empresas de capital aberto da Gerdau estão listadas nas bolsas de valores de São Paulo, Nova York, Toronto, Madri e Lima.

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