O diretor de Coordenação, Nelton Friedrich, e o superintendente ajunto de Engenharia da Itaipu Binacional, Jorge Habib Hanna El Khouri, engrossaram ontem (19), na Rio+20, no Forte de Copacabana, o coro em defesa do uso da hidreletricidade na matriz energética brasileira.
“Qualquer país que busca a soberania não pode abrir mão, em hipótese alguma, de sua segurança energética. Temos que diversificar, mas respeitando a nossa vocação natural que, no caso do Brasil, é a hidroeletricidade”, disse Habib.
Ele ressaltou ainda a importância de se ter políticas públicas para diminuir o desperdício de energia, como forma de respeitar o que a natureza proporcionou.
No mesmo evento, representantes das federações de industriais Fiesp e Firjan, num debate sobre energia, haviam feito a mesma defesa. A matriz energética brasileira é 85% composta de hidreletricidade, considerada forma limpa e renovável de geração de energia.
Promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Unido, Eletrobras, Itaipu Binacional e União das Indústrias de Cana de Açúcar (Unica), o seminário abordou a importância das energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.
Segundo o gerente do Departamento de Infraestrutura da Fiesp, Roberto Moussallen, a energia hidrelétrica é uma fonte que oferece três pilares importantes para o desenvolvimento: segurança energética, baixa emissão de gases do efeito estufa e baixo custo de geração.
“É uma fonte de energia muito importante, sobretudo para países que ainda têm grande potencial de aproveitamento, principalmente na América do Sul, na África e na Ásia”, afirmou Moussallen.
O diretor de Coordenação da Itaipu, Nelton Friedrich, destacou o papel social e ambiental das hidrelétricas para o desenvolvimento sustentável. E citou como exemplo o Programa Cultivando Água Boa (CAB), que ampliou a sua atuação para além do seu reservatório.
O Cultivando Água Boa tem como metodologia utilizar a educação ambiental e o sistema de parcerias para solucionar os passivos ambientais dos 29 municípios da Bacia do Paraná 3. “É uma proposta simples, que envolve toda a comunidade”. O programa atinge um milhão de pessoas direta e indiretamente.
Outro ponto forte do programa é o apoio de Itaipu aos produtores rurais, localizados da Bacia do Paraná 3, na recomposição da mata ciliar de suas propriedades, num total de 1.320 quilômetros. Em torno do reservatório, a Itaipu já plantou 46 milhões de árvores. A empresa também incentiva a agricultura familiar e orgânica, o uso de plantas medicinais e a sustentabilidade de comunidades indígenas, pescadores e catadores de materiais recicláveis.
Plantio direto
O diretor de Geração da Eletrobras, Valter Luiz Cardeal de Souza, elogiou a política ambiental da Itaipu. E usou como exemplo o incentivo ao plantio direto, que contém a erosão do solo e aumenta a vazão do reservatório, elevando, inclusive, a condição de geração de energia.
“O lago de uma hidrelétrica é uma fonte de vida. Ele produz energia elétrica, facilita o transporte fluvial, permite a aquicultura, a irrigação, novas fontes permanentes de água potável, o lazer e o turismo”, afirmou. Várias ações de Itaipu na área ambiental serviram de âncora para o projeto de Belo Monte.
Também participaram do debate Claude Nahon, vice-presidente para Desenvolvimento Sustentável da EDF, e Paolo Frankl, chefe de Energias Renováveis da AEI Energy. Eles apresentaram as ações desenvolvidas na área de energias renováveis, em especial os investimentos que estão sendo feitos para ampliar a produção hidrelétrica de energia.
Luz que se renova
Cerca de 85% da energia que abastece nossas casas, nosso ambiente de trabalho e lugares públicos vem de fontes renováveis.
Essa eletricidade é gerada a partir de recursos que se renovam naturalmente. A energia hidráulica é renovável porque a água (quando bem cuidada) é um recurso que não se esgota.