Energia eólica

De acordo com a empresa Vespas, eólica atrai investidor no Brasil mesmo com crise

Reuters, 13/02/2017
13/02/2017 18:23
Visualizações: 991 (0) (0) (0) (0)

Os investidores seguem interessados em construir ou comprar usinas de energia eólica no Brasil mesmo em meio à maior recessão do país em décadas e após o cancelamento no final do ano passado de um leilão que contrataria novos projetos, disse à Reuters o presidente no país da fabricante dinamarquesa de equipamentos eólicos Vestas.

Com a menor demanda por eletricidade decorrente da crise, que levou o governo a cancelar o leilão agendado para dezembro, deverá haver mais movimentações de fusões e aquisições no setor de renováveis, como a compra no mês passado de um complexo eólico da Renova Energia pela AES Tietê, explicou Rogério Zampronha, que comanda a Vestas Brasil desde o final de 2015.

"Se você olhar o mercado de M&A (fusões e aquisições) está bastante ativo, deve ter mais anúncios nas próximas semanas, tem mais para acontecer... o mercado, apesar de não ter leilão, está super ativo", disse o executivo.

Ele afirmou que a Vestas chegou a conversar com diversos empreendedores antes do cancelamento do certame de dezembro e que havia um forte interesse de empresas em viabilizar novos projetos.

"Houve uma atividade intensa, intensa mesmo. Investidores brasileiros que conseguiram captar bastante dinheiro lá fora... estrangeiras também. Teve empresa que colocou 20 pessoas antes do leilão para deixar tudo pronto. Houve uma atividade frenética, como em todo leilão... não ia faltar investidor", disse Zampronha.

O Brasil foi o oitavo maior mercado mundial da Vestas em 2016, segundo o executivo, com 371 megawatts em turbinas vendidas, um número próximo dos cerca de 360 megawatts em 2015.

Ele estima que a Vestas tenha conquistado cerca de 41 por cento dos pedidos de turbinas fechados por investidores de usinas eólicas no Brasil em 2016.

"Nossa perspectiva média de market share em um mercado com seis fabricantes como temos aqui seria de um share um pouco menor que esse, 40 por cento é forte. Foi um ponto fora da curva, mas foi muito bom... mesmo em um ambiente complexo", disse.

Cenário desafiador

No curto prazo, o ambiente no Brasil deve seguir desafiador, devido à queda na demanda, mas os dinamarqueses estão confiantes quanto ao potencial de longo prazo para expansão das eólicas no país, onde essas usinas já competem em custos com as tradicionais hidrelétricas e são mais baratas que as demais fontes de energia.

Outra aposta da Vestas é no compromisso do Brasil com o Acordo de Paris, que prevê uma expansão da presença das renováveis na matriz elétrica - eólica, solar e biomassa - de 10 por cento para 23 por cento até 2030.

"O Brasil tem o compromisso do Acordo de Paris... e muitas termelétricas terão contrato vencendo em 2020 e 2021. É uma oportunidade para trocar energia poluente por renovável. Isso me dá certeza de que o mercado, embora tenha sofrido agora, vai continuar seu caminho... o Brasil vai continuar sendo um ótimo mercado", disse.

Zampronha foi escolhido para chefiar o retorno da Vestas ao país, onde a empresa chegou a ter uma maior força no início dos anos 2000, antes de o governo começar a incentivar projetos eólicos a comprar produtos localmente.

Com a mudança na estratégia brasileira, a Vestas inaugurou no início de 2016 uma fábrica em Aquiraz, no Ceará, e passou a poder vender turbinas a clientes com os generosos financiamentos estatais do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Formado em economia pela Universidade de São Paulo e com MBA pela IMD Business School, na Suíça, Zampronha era presidente da Schneider Electric no Brasil antes da ida para a Vestas.

 

 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Debate
IBP debate direitos humanos na cadeia de suprimentos de ...
09/07/25
Macaé Energy
Com mais de dois mil participantes, 2ª edição do Macaé E...
09/07/25
Combustíveis
Vibra amplia presença da gasolina Petrobras Podium e ava...
09/07/25
Biocombustíveis
Brasil: protagonista da transição do transporte internac...
08/07/25
Evento
Nova Era Connections 2025 celebra os 20 anos da Nova Era...
08/07/25
Sustentabilidade
Foresea conquista Selo Social e apresenta resultados exp...
08/07/25
Meio Ambiente
Tecnologia da Unicamp viabiliza produção sustentável de ...
08/07/25
Premiação
Gasmar conquista prêmio nacional com projeto desenvolvid...
08/07/25
Pré-Sal
FPSO Guanabara MV31 lidera produção nacional de petróleo...
08/07/25
Gás Natural
Petrobras vai escoar mais gás do pré-sal para baixar pre...
07/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Petrobras aposta no Sergipe Oil & Gas e será a patrocina...
07/07/25
Indústria Naval
Estaleiros brasileiros e chineses assinam documento para...
07/07/25
Etanol
Anidro sobe 0,11% e hidratado recua 0,17% na semana
07/07/25
Porto de Santos
Ageo Terminais conclui captação de R$ 154 milhões em deb...
07/07/25
Logística
Durante o Macaé Energy, Líder Aviação destaca experiênci...
07/07/25
Gás Natural
SCGÁS divulga novos projetos aprovados por meio de leis ...
04/07/25
Rio Grande do Sul
Sulgás defende mobilização de deputados gaúchos para ass...
04/07/25
Biodiesel
ANP recebe doação de equipamentos para detectar teor de ...
04/07/25
Meio Ambiente
Biometano emite até 2,5 vezes menos CO₂ do que eletricid...
04/07/25
Fusões e Aquisições
Petróleo lidera fusões e aquisições globais; especialist...
04/07/25
Investimentos
Petrobras irá investir R$ 33 bilhões em projetos de refi...
04/07/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.