Petróleo
Jornal do Brasil
A crise internacional do petróleo que se instaurou, com a manutenção da cotação do barril na casa dos US$ 60, deverá, na avaliação dos principais analistas de mercado, acelerar o até agora lento processo de mudança da matriz energética brasileira. A tendência é que a manutenção do atual patamar de preços do petróleo intensifique cada vez mais a substituição dos combustíveis fósseis por produtos como álcool e biomassa.
Nos últimos anos, a principal alteração ocorrida foi a redução da participação da lenha e do carvão vegetal e a ampliação, ainda que lenta, do gás natural e dos derivados da cana. Enquanto a lenha caiu de 47,6%, em 1970, para 13,2% no ano passado, o gás natural, que 30 anos atrás respondia por apenas 1% da oferta interna de energia, atingiu 8,9% no ano passado. Já o álcool passou de 5,4%, em 1970, para os atuais 13,5%.
- Ainda não dá para precisar qual deve ser o novo patamar de preços do petróleo - explica o professor Saul Suslick, da Unicamp. - Mas o crescimento da demanda por parte da China e o gargalo na produção de derivados indicam que não retornaremos mais aos US$ 20, o que pode viabilizar projetos de fontes de energia antes consideradas pouco competitivas - diz.
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