Jornal do Commercio
O consumo de gás natural ainda não demonstra sinais de recuperação. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), as vendas totais do insumo recuaram 35,2% em abril deste ano em relação ao mesmo período de 2008, de 50,81 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) para 32,85 milhões de m³/d.
Excluindo as térmicas, a demanda agregada das outras classes de consumo (indústrias, residências, comércio, cogeração e automotivo) caiu 22,34%, de 37,15 milhões de m³/d para 28,84 milhões de m³/d. "O resultado foi que, desde o ano de 2004, o consumo de gás natural não era tão baixo como o valor apresentado neste mês. Os dados demonstram que a falta de política energética e o preço do insumo têm refletindo de forma negativa sobre o setor", disse a Abegás, em nota.
A exemplo dos meses anteriores, os principais mercados do gás seguem em baixa. O consumo na indústria recuou 27,56% no período, de 26,58 milhões de m³/d para 19,25 milhões de m³/d. Esse desempenho é resultado da desaceleração da economia brasileira e da migração de alguns clientes do gás para o óleo combustível (com preço mais competitivo).
Já a demanda térmica caiu 70,67%, de 13,66 milhões de m³/d para 4 milhões de m³/d. Esse comportamento reflete o maior uso das hidrelétricas para o abastecimento do mercado brasileiro de energia elétrica. O movimento de queda também se verificou em outras classes.
No segmento automotivo, a redução foi de 15,45% no período, de 6,78 milhões de m³/d para 5,73 milhões de m³/d. No comércio, a queda foi de 8,94%, de 615,91 mil m³/d para 560,82 mil m³/d. O consumo de cogeração (amplamente utilizado no segmento industrial) diminuiu 22,55%, de 2,43 milhões de m³/d para 1,88 milhão de m³/d. Apenas a classe residencial apresentou consumo estável, com ligeiro recuo de 0,06% no período, de 675,58 mil m³/d para 675,12 mil m³/d.
Entre as distribuidoras, a Comgás permaneceu na liderança ao vender 10,32 milhões de m³/d em abril de 2009. Em segundo lugar vem a CEG (RJ), com 4,79 milhões de m³/d, seguida da CEG-Rio, com 4,14 milhões de m³/d, pela Bahiagás, com 2,63 milhões de m³/d, e pela SCGás, com 1,5 milhão de m³/d.
No caso da Comgás, a comercialização de 10,32 milhões de m³/d em abril de 2009 representa uma queda de 32,1% sobre os 15,22 milhões de m³/d apurados em igual intervalo de 2008. Nesse período, o consumo industrial encolheu 28,11%, de 10,95 milhões de m³/d para 7,87 milhões de m³/d.
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