Valor Econômico
A Companhia Petroquímica do Sudeste (CPS), fusão de ativos da Unipar e da Petrobras, deve ganhar personalidade jurídica nos primeiros dias de março, segundo estimativa de Roberto Garcia, presidente da Unipar. Ele aguarda para os próximos dias a autorização do Eximbank dos Estados Unidos e da agência de fomento italiana Sace, financiadores da construção da unidade gás-química da Rio Polímeros (Riopol), para a mudança de titularidade de parte dos seus créditos pelo financiamento.
A mudança faz-se necessária porque, para constituir a CPS, a Petrobras comprou a Suzano Petroquímica, dona de 33,3% da Riopol, cujos ativos serão a base para integralizar os 40% da estatal na nova companhia (a Unipar fica com 60%). É preciso então mudar a titularidade das dívidas da Suzano, já que os outros acionistas da Riopol são as mesmas Unipar (33,3%) e Petrobras (16,7%), além do BNDES (16,7%) que, por sua vez, é o principal financiador do projeto.
Como o BNDES já aprovou a mudança e a posição tomada pelo banco estatal tem sido referência para o comportamento dos demais credores, Garcia entende que a tarefa foi facilitada. A Riopol, foi inaugurada em 2005 e custou US$ 1,2 bilhão. Desse total, o BNDES financiou cerca de US$ 300 milhões, o Eximbank, US$ 200 milhões e a Sace, coordenando um consórcio de bancos, US$ 183 milhões. O restante foi capital próprio dos acionistas.
Uma equipe de transição formada por três executivos da Unipar e por três da Petrobras está trabalhando em tempo integral para resolver todas as pendências necessárias à criação da CPS. "O trabalho é prioridade absoluta. Queremos que a transição seja o mais curta possível", disse Garcia. Para atravessar o período, a Unipar criou uma sociedade de propósito específico (SPE), a Fasciatus, para a qual foram transferidos todos os seus ativos que irão integrar a CPS.
A Petrobras fez o mesmo com a sua parte na sociedade, colocando tudo em uma empresa chamada Newco. A nova petroquímica vai nascer da junção dessas duas empresas transitórias. Embora a CPS esteja nascendo, basicamente, como uma produtora de resinas petroquímicas (polietilenos e polipropileno), junto com uma central de matérias-primas -a Petroquímica União (PQU) -, Garcia disse que o maior desafio é homogeneizar o funcionamento de partes que, efetivamente, são unidades operacionais independentes.
A formação da CPS é uma etapa considerada pela Petrobras estratégicas para a construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), do qual a nova empresa será a principal acionista, pelo menos na produção de resinas (segunda geração). A central de matérias-primas do complexo, uma refinaria para processar 150 mil barris diários de petróleo pesado, é, por enquanto, um investimento exclusivo da Petrobras, mas é provável que a CPS também tenha uma participação no seu capital.
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