A Gerdau encerrou o segundo trimestre de 2009 com prejuízo de R$ 329 milhões, contra lucro de R$ 2,124 bilhões verificado em igual período de 2008, resultado influenciado por efeitos de caixa não recorrentes que tiveram impacto negativo de R$ 1,8 bilhão. Excluídos estes eventos extraordinários, o lucro da companhia seria de R$ 467 milhões no período, montante que se comparado ao apurado nos três meses equivalentes de 2008 representa queda de 78%. No primeiro semestre de 2009, a Gerdau registrou prejuízo de R$ 294 milhões, contra lucro de R$ 3,214 bilhões em igual período do ano passado.
O diretor-presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, explicou que o efeito extraordinário que levou a companhia ao prejuízo no período ocorreu devido à aplicação das novas regras contábeis brasileiras, que determinam que as empresas façam uma reavaliação periódica de seus ativos (como fábricas). Quando constatada depreciação, a companhia tem de fazer uma provisão para redução do valor recuperável do imobilizado. Esse processo é conhecido como impairment.
A receita líquida da Gerdau, no primeiro semestre, ficou em R$ 13, 369 bilhões, queda de 33,3% sobre os R$ 20,044 bilhões faturados em igual período de 2008. No segundo trimestre, a companhia atingiu receita de R$ 6,401 bilhões, recuo de 42,3% ante os R$ 11,100 bilhões de igual período do ano passado.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) do semestre ficou em R$ 1,194 bilhão, redução de 74,7% em relação aos R$ 4,731 bilhões verificados de janeiro a junho de 2008. No segundo trimestre o Ebitda ficou em R$ 595 milhões, retração de 78,3% ante os R$ 2,747 bilhões de igual período do ano passado. "Apesar da recuperação dos mercados, o semestre foi difícil", disse.
A produção de aço bruto atingiu 3,1 milhões de toneladas no segundo trimestre, alta de 21,6% sobre o trimestre imediatamente anterior (2.549 milhões de toneladas). A produção de laminados ficou em 2,792 milhões de toneladas no segundo trimestre, aumento de 14,1% frente aos três meses anteriores (2.446 milhões de toneladas). As vendas atingiram 3,378 milhões de toneladas de abril a junho, alta de 10,4% sobre o apurado de janeiro a março, quando foram vendidas 3,061 milhões de toneladas.
Os indicadores de produção (aço bruto e laminados) e de vendas do segundo trimestre de 2009, no entanto, se comparados a igual período do ano passado, apresentaram queda. A produção de aço bruto e laminados caiu 45% e 41,6%, respectivamente, e as vendas recuaram em 38,5%. O mesmo se aplica ao desempenho acumulado do semestre ante igual período de 2008. A produção de aço bruto atingiu 5,649 milhões de toneladas (queda de 47,4%) e a de laminados ficou em 5,238 milhões de toneladas (queda de 42,7%). As vendas do semestre ficaram em 6,439 milhões de toneladas - redução de 38,7% frente igual período de 2008. "Seguimos nossa avaliação da demanda com cautela. Temos capacidade, contudo, de reagir rapidamente a um possível aumento da procura", afirmou André Gerdau.