Gazeta Mercantil
O Wuhan Iron & Steel Group e o Jiangsu Shagang Group, respectivamente a terceira e a quinta maiores siderúrgicas da China, pretendem comprar participações em produtoras de minério de ferro da Austrália e do Brasil, disseram executivos das duas empresas. "Estamos avaliando e escolhendo candidatas na Austrália e no Brasil", disse Shen Wenrong, presidente do conselho administrativo da Shagang.
"A internacionalização é a política do governo, portanto devemos obter financiamento dos bancos chineses." Bai Fang, porta-voz do Wushan, disse que sua empresa está "buscando oportunidades" em meio à queda dos custos de aquisição de ativos de minério de ferro na Austrália e que "não descarta outros países".
A China, maior usuária mundial de metais, concordou em adquirir US$ 22 bilhões em ativos de commodities este ano, depois que a queda de 70% nos preços dos metais e do petróleo desde julho pôs fim a seis anos de crescimento das matérias-primas.
Com os bancos norte-americanos e australianos ainda hesitantes em conceder empréstimos, o Rio Tinto Group e a OZ Minerals, que operam com um endividamento conjunto de US$ 40 bilhões, concordaram este mês em vender participações à Aluminum Corp. of China e à China Minmetals Corp., respectivamente.
"A China se revelou como sendo o banco de último recurso", disse Glyn Lawcock, diretor de pesquisa em recursos minerais do UBS AG de Sidney. "A China é uma importadora líquida de cobre, bauxita, alumina, níquel, zirconita, urânio. O país está procurando formas de garantir o abastecimento dessas matérias-primas."
A China, cujas reservas em moedas estrangeiras, de US$ 1,95 trilhão, são as maiores do mundo, tem planos de aumentar os gastos com importações e aquisições. A investida de aquisições por parte da China ocorre em um momento em que o governo chinês estuda onde investir suas reservas cambiais, que aumentaram 27% nos últimos 12 meses, para cerca de 29% do total mundial.
O país já controla US$ 696,2 bilhões em títulos do Tesouro dos Estados Unidos, cerca de 12% dos papéis em circulação dos EUA, e foi prejudicado por prejuízos de mais de US$ 5 bilhões sobre os US$ 10,5 bilhões investidos no Blackstone Group, no Morgan Stanley e na TPG desde meados de 2007.
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