Prejuízo

Cenário melhora, mas Petrobras ainda tem prejuízo

Cálculos da Tendências Consultoria.

Valor Econômico
10/10/2014 13:01
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A recente valorização do real e a queda do preço do petróleo vão começar a ajudar a Petrobras a reduzir prejuízos com a importação de óleo diesel e a gasolina, que já custaram entre R$ 1,8 bilhão a R$ 2,6 bilhões aos cofres da estatal este ano, dependendo de como o prejuízo é estimado.
Pelos cálculos da Tendências Consultoria, a defasagem dos preços dos combustíveis, que estava em 20,2% no caso da gasolina e 10,8% no caso do diesel no dia 29 de setembro, caiu para 6,4% e 3,7%, respectivamente, na última quarta-feira.
Se por um lado a redução da defasagem é uma boa notícia, por outro a melhora na conjuntura pode ajudar a tese do governo federal de que não são necessários novos aumentos de preço.
Considerando custos de aquisição e internação no país (que acrescentam frete, impostos e custos com armazenagem aos custos), em 2014 a Petrobras já perdeu efetivamente R$ 2,6 bilhões com importações de gasolina e diesel para atender o mercado interno, segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), que tem como sócio Adriano Pires, um dos consultores do candidato Aécio Neves (PSDB).
Esse é o valor que ela efetivamente pagou para importar os dois combustíveis que foram vendidos com preço abaixo desse custo para consumidores brasileiros. A consultoria Tendências encontrou gastos de R$ 1,8 bilhão até setembro, com base nos dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Esse valor considera a diferença entre os preços dos combustíveis no mercado internacional e no Brasil e o volume importado pela Petrobras, sem estimar os chamados custos de internação.
Os gastos com importações vêm sangrando o caixa da estatal desde 2011, fato que não tem sensibilizado o governo, representado pelo presidente do conselho de administração da estatal e ministro da Fazenda, Guido Mantega. Apesar de ter autorizado aumentos a partir de 2012, depois que Graça Foster assumiu a presidência da Petrobras, eles não foram suficientes. Ora porque o dólar se valorizou em relação ao real, ora porque o preço dos combustíveis subiu no mercado internacional, onde são atrelados ao petróleo.
Com um programa de investimentos bilionário, endividada e envolvida no maior escândalo corporativo em seus 61 anos de existência, como se descobre nas delações do ex-diretor Paulo Roberto Costa, a Petrobras acumula prejuízo de R$ 59,3 bilhões na área de Abastecimento. O cálculo considera as perdas desde o início de 2011 até junho. É mais do que os US$ 20 bilhões estimados para construção da refinaria de Pernambuco, suspeita de superfaturamento.
A cada trimestre a área que teve Costa como diretor entre 2003 e abril de 2012 perde o equivalente ao preço de aquisição da refinaria de Pasadena, no Texas, também sob investigação do Tribunal de Contas da União.
As perdas ficam mais acentuadas quando há aumento de preço no mercado internacional combinado com a valorização do dólar em relação ao real. Logo depois do último aumento de preços no Brasil, em 2 de dezembro de 2013 (4% na gasolina e 8% no diesel) os prejuízos voltaram.
A defasagem que agora cai chegou a picos de 24,4% e 20% nos dois combustíveis em fevereiro deste ano. Não há garantia de que esse dinheiro será devolvido. Fontes do Valor afirmam que Graça Foster pede autorização para aumentos em todas as reuniões do conselho de administração presidido por Guido Mantega. “O ministro sempre diz que não precisa de aumento”, diz uma fonte qualificada, ouvida pelo Valor. “Mas acredito que depois das eleições ele virá.”
Uma entrevista da presidente Dilma Rousseff ao jornal “O Globo”, reproduzida no site de sua campanha, revela a visão do governo sobre os preços dos combustíveis, que no mundo inteiro são atrelados aos preços do petróleo. Essa dinâmica do mercado internacional garante receitas robustas que financiam investimentos em tempos bons, e sustentam as empresas quando os preços se deprimem. Mas no Brasil, se vê que o lastro para os preços é a inflação.
“No meu governo eu reajustei o valor do combustível na refinaria em 31,5%. No mesmo período o IPCA [Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo] variou 22, 23%”, disse. “Portanto, eu reajustei em termos reais acima da inflação”, afirmou Dilma.
Walter de Vitto, economista da Tendências, diz que a Petrobras está inserida em uma política econômica que usa instrumentos heterodoxos para controlar a inflação por meio de preços. “Se observarmos o IPCA no período recente, os preços administrados estão abaixo da inflação para contrabalançar outros que estão mais altos”, diz.
O economista acha que a prática não terá efeito no longo prazo. “Essa política está sendo pouco efetiva em controlar a inflação, que já está acima da meta, e nem a atividade econômica”, afirma.

A recente valorização do real e a queda do preço do petróleo vão começar a ajudar a Petrobras a reduzir prejuízos com a importação de óleo diesel e a gasolina, que já custaram entre R$ 1,8 bilhão a R$ 2,6 bilhões aos cofres da estatal este ano, dependendo de como o prejuízo é estimado.

Pelos cálculos da Tendências Consultoria, a defasagem dos preços dos combustíveis, que estava em 20,2% no caso da gasolina e 10,8% no caso do diesel no dia 29 de setembro, caiu para 6,4% e 3,7%, respectivamente, na última quarta-feira.

Se por um lado a redução da defasagem é uma boa notícia, por outro a melhora na conjuntura pode ajudar a tese do governo federal de que não são necessários novos aumentos de preço.

Considerando custos de aquisição e internação no país (que acrescentam frete, impostos e custos com armazenagem aos custos), em 2014 a Petrobras já perdeu efetivamente R$ 2,6 bilhões com importações de gasolina e diesel para atender o mercado interno, segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), que tem como sócio Adriano Pires, um dos consultores do candidato Aécio Neves (PSDB).

Esse é o valor que ela efetivamente pagou para importar os dois combustíveis que foram vendidos com preço abaixo desse custo para consumidores brasileiros.

A consultoria Tendências encontrou gastos de R$ 1,8 bilhão até setembro, com base nos dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Esse valor considera a diferença entre os preços dos combustíveis no mercado internacional e no Brasil e o volume importado pela Petrobras, sem estimar os chamados custos de internação.

Os gastos com importações vêm sangrando o caixa da estatal desde 2011, fato que não tem sensibilizado o governo, representado pelo presidente do conselho de administração da estatal e ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Apesar de ter autorizado aumentos a partir de 2012, depois que Graça Foster assumiu a presidência da Petrobras, eles não foram suficientes.

Ora porque o dólar se valorizou em relação ao real, ora porque o preço dos combustíveis subiu no mercado internacional, onde são atrelados ao petróleo.

Com um programa de investimentos bilionário, endividada e envolvida no maior escândalo corporativo em seus 61 anos de existência, como se descobre nas delações do ex-diretor Paulo Roberto Costa, a Petrobras acumula prejuízo de R$ 59,3 bilhões na área de Abastecimento.

O cálculo considera as perdas desde o início de 2011 até junho. É mais do que os US$ 20 bilhões estimados para construção da refinaria de Pernambuco, suspeita de superfaturamento.

A cada trimestre a área que teve Costa como diretor entre 2003 e abril de 2012 perde o equivalente ao preço de aquisição da refinaria de Pasadena, no Texas, também sob investigação do Tribunal de Contas da União.

As perdas ficam mais acentuadas quando há aumento de preço no mercado internacional combinado com a valorização do dólar em relação ao real. Logo depois do último aumento de preços no Brasil, em 2 de dezembro de 2013 (4% na gasolina e 8% no diesel) os prejuízos voltaram.

A defasagem que agora cai chegou a picos de 24,4% e 20% nos dois combustíveis em fevereiro deste ano. Não há garantia de que esse dinheiro será devolvido. Fontes do Valor afirmam que Graça Foster pede autorização para aumentos em todas as reuniões do conselho de administração presidido por Guido Mantega. “O ministro sempre diz que não precisa de aumento”, diz uma fonte qualificada, ouvida pelo Valor. “Mas acredito que depois das eleições ele virá”.

Uma entrevista da presidente Dilma Rousseff ao jornal “O Globo”, reproduzida no site de sua campanha, revela a visão do governo sobre os preços dos combustíveis, que no mundo inteiro são atrelados aos preços do petróleo.

Essa dinâmica do mercado internacional garante receitas robustas que financiam investimentos em tempos bons, e sustentam as empresas quando os preços se deprimem. Mas no Brasil, se vê que o lastro para os preços é a inflação.

“No meu governo eu reajustei o valor do combustível na refinaria em 31,5%. No mesmo período o IPCA [Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo] variou 22, 23%”, disse. “Portanto, eu reajustei em termos reais acima da inflação”, afirmou Dilma.

Walter de Vitto, economista da Tendências, diz que a Petrobras está inserida em uma política econômica que usa instrumentos heterodoxos para controlar a inflação por meio de preços. “Se observarmos o IPCA no período recente, os preços administrados estão abaixo da inflação para contrabalançar outros que estão mais altos”, diz.

O economista acha que a prática não terá efeito no longo prazo. “Essa política está sendo pouco efetiva em controlar a inflação, que já está acima da meta, e nem a atividade econômica”, afirma.

 

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