Hidrogênio Verde

CEBRI e Embaixada da Austrália apontam oportunidades de cooperação entre Brasil e Austrália no mapa global de produção de hidrogênio verde

Segundo especialistas, Brasil tem vantagem competitiva de diversidade de fontes de energia renováveis, nas ainda falta maior incentivo do Governo e segurança regulatória para novos investimentos

Redação TN/Assessoria
24/08/2022 06:42
CEBRI e Embaixada da Austrália apontam oportunidades de cooperação entre Brasil e Austrália no mapa global de produção de hidrogênio verde Imagem: Divulgação Visualizações: 1640 (0) (0) (0) (0)

O Núcleo Energia do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e a Embaixada da Austrália realizaram nesta segunda-feira (22/08), um webinar com foco na produção de hidrogênio verde no Brasil e nas possibilidades de cooperação entre os países. "A Austrália e o Brasil veem o hidrogênio verde como facilitador para a transição energética e como oportunidade para o desenvolvimento econômico, social e industrial. Os dois países têm vantagens nesta área, como o alto potencial de produção de energia renovável, que podem levá-los a competir, mas têm também oportunidades de cooperação, relacionadas ao desenvolvimento do mercado, estabelecimento de um marco regulatório, promoção de inovação e atração de investimentos", pontuou o Conselheiro e Vice-Presidente do Conselho Curador do CEBRI, Jorge Camargo (foto). Assista ao debate na íntegra AQUI.

De acordo com dados da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês), desde 2000, 990 projetos de hidrogênio foram identificados no mundo. São 67 países com pelo menos uma iniciativa sustentável na área. Estimativas do Hydrogen Council mostram que, considerando somente os projetos de larga escala do setor, anunciados a partir de 2021, os investimentos chegam a US$ 500 bilhões até 2030. O mapeamento faz parte do estudo Hidrogênio Sustentável: Perspectivas para a Indústria Brasileira, realizado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI). 

Recentemente, o governo brasileiro criou o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2) e há grande expectativa do setor sobre o planejamento de ações para os próximos três anos, previsto para ser divulgado até o fim do ano. "Estimamos que 96% do hidrogênio produzido no Brasil virá de fontes renováveis. Preferimos usar o termo de hidrogênio de baixa pegada de carbono em vez de verde, para poder contar com uma maior diversidade de rotas e opções tecnológicas e evitar um lock-in, como o uso de hidrogênio baseado em biocombustíveis", pontuou Agnes da Costa, Chefe da Assessoria Especial em Assuntos Regulatórios do Ministério das Minas e Energia do Brasil (MME).

Durante o debate, a garantia de origem e a certificação das fontes de energia usadas na produção do hidrogênio foram citadas como um dos principais pontos de atenção para as agências regulatórias. "Há necessidade de identificar padrões viáveis e rastreáveis", ressaltou Agnes. "Outra questão é a valorização do carbono, para criar incentivos e desestimular o uso de tecnologias poluentes, sem penalizar de forma desproporcionada algumas indústrias", também notou Fiona Simon, Presidente do Conselho Australiano de Hidrogênio, que reúne 113 empresas produtoras de hidrogênio naquele país. 

A Austrália já tem o setor mais estruturado e vê o Brasil como potencial parceiro. Fiona Simon destacou que um acordo sobre a precificação do carbono no mercado internacional seria um fator importante para incentivar mais investimentos. Cameron Mathie, Gerente do Future Carbon Markets, órgão regulador de energia limpa na Austrália, destacou os investimentos em fontes renováveis naquele país. "Em 2015, 14% dos investimentos na Austrália eram em energias renováveis, como o hidrogênio. Hoje, são 35% dos investimentos", disse.
Para Luís Viga, Presidente da mineradora australiana Fortescue Metals no Brasil, que anunciou recentemente um investimento de 6 bilhões de dólares em hidrogênio verde no país, há uma cooperação importante entre as empresas e o setor público sobre o assunto, mas a formulação de políticas públicas para o setor no Brasil ainda está aquém da rápida multiplicação de projetos e do interesse da iniciativa privada. "O setor precisa de incentivos do governo, assim como aconteceu com outras energias renováveis, e principalmente de segurança regulatória, sem protecionismo", defendeu.

Atualmente, há cerca de 20 empresas investindo em hidrogênio verde no Brasil, os projetos concentram-se nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Espírito Santo e Rio de Janeiro, envolvendo empresas como a Fortescue, Enegix, Siemens, Qair, Neoenergia, White Martins, Shell, entre outras. Segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), no curto e médio prazos (três a cinco anos), siderurgia, metalurgia, cerâmica, vidro e cimento aparecem como os potenciais consumidores de hidrogênio verde. O refino tende a ser o principal cliente — hoje, cerca de 74% do hidrogênio consumido na indústria brasileira é destinado às refinarias. 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Pessoas
Roberta Becker é a nova diretora de Marketing da Copa En...
25/09/25
Combustíveis
Etanol tem maior alta de preço desde maio, aponta levant...
24/09/25
ABIMAQ
Inteligência ambiental: ABIMAQ reúne lideranças para deb...
24/09/25
IBP
UnIBP celebra 7 anos com foco em qualificação, diversida...
24/09/25
Sísmica
Petrobras lidera fabricação inédita de sensores sísmicos...
24/09/25
Oportunidade
Petrobras abre mais de 700 vagas para jovens aprendizes ...
24/09/25
Pernambuco
Neoenergia PE renova contrato com R$ 6,1 bilhões em inve...
24/09/25
Bacia de Campos
Equinor conclui instalação do trecho de águas rasas do G...
24/09/25
Onshore
Rodada Zero: prorrogações de contratos de campos terrest...
23/09/25
Evento
Portos & Costas Brasil reúne especialistas em Itajaí
23/09/25
Evento
Copa Energia participa do Liquid Gas Week 2025, maior ev...
22/09/25
OTC Brasil 2025
OTC Brasil 2025 reúne líderes globais da energia offshor...
22/09/25
Combustíveis
Etanol anidro recua 1,80% e hidratado cai 1,23%, aponta ...
22/09/25
Oferta Permanente
ANP aprova inclusão de 275 novos blocos
19/09/25
Hidrogênio Verde
Complexo do Pecém (CE) abriga os primeiros projetos de h...
18/09/25
Energia Eólica
Parceria inovadora entre Petrobras, WEG e Statkraft colo...
18/09/25
Apoio Offshore
Omni Unmanned e SwissDrones concluem teste de UAV em pla...
18/09/25
Estudo
Cultura de inovação promove competitividade, sustentabil...
18/09/25
Contrato
OceanPact assina contratos com a Petrobras para monitora...
18/09/25
Meio Ambiente
Projeto piloto que vai capturar e armazenar 100 mil tone...
17/09/25
Pessoas
ABESPetro elege novo Conselho de Administração para biên...
17/09/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

23