Hidrelétrica

Caos trava obras da usina de Belo Monte

Atos de vandalismo tomam conta do canteiro de obras.

Valor Econômico
13/11/2012 13:49
Visualizações: 495 (0) (0) (0) (0)

 

O caos tomou conta dos canteiros de obra da maior hidrelétrica do país. Incêndio de ônibus e caminhões, destruição de alojamentos e escritórios, pessoas feridas, roubos e um quebra-quebra geral marcaram o fim de semana na construção de Belo Monte, nas margens do rio Xingu, no Pará. Os atos de vandalismo que resultaram na paralisação de 14 mil funcionários do Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM) ocorreram em meio às negociações salariais dos trabalhadores, cuja data-base se dá neste mês. Os autores da confusão, segundo o consórcio, ainda não foram identificados. O "Valor" apurou que ao menos cinco pessoas foram detidas pela Polícia Civil, em Altamira.
O que se sabe até agora é que um grupo de aproximadamente 30 homens encapuzados entrou em um dos quatro canteiros de obra da usina no sábado e iniciou as ações criminosas. No domingo, foi a vez de um segundo canteiro ser invadido. Ainda não há cálculos sobre os prejuízos. Nesta terça-feira, o CCBM fará uma vistoria nos canteiros para apurar os estragos e checar se há condições de retorno das obras. Em caso positivo, as operações podem ser retomadas parcialmente a partir de amanhã.
Sejam quais forem os motivos que detonaram a baderna, Belo Monte repete os capítulos de violência e vandalismo já vividos pelas hidrelétricas em construção no rio Madeira, em Porto Velho (RO), as usinas de Jirau e Santo Antônio. A Norte Energia, dona de Belo Monte, não se pronunciou sobre o assunto. A responsabilidade pelos trabalhadores e pela obra é do CCBM, contratado para erguer o empreendimento. Por meio de nota, o consórcio classificou os atos como "ação orquestrada" e informou que o assunto está sendo investigado pela polícia.
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada e Afins (Sintrapav), que representa os trabalhadores na construção da usina, negou qualquer tipo de relação com os atos de vandalismo. Segundo Roginel Gobbo, vice-presidente do Sintrapav no Pará, a confusão atrapalhou as negociações que o sindicato realizava com o CCBM. Até ontem, ainda não estava definida uma nova data para retomada das negociações.
Basicamente, a proposta do Sintrapav é equiparar as condições de salário e benefícios de Belo Monte àquelas oferecidas nas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. Pelos cálculos do sindicato, isso significa aumentar em 33% o salário que hoje é pago para os trabalhadores da usina do Xingu. "Nas usinas do Madeira, o piso salarial de um ajudante é de R$ 906,12, enquanto Belo Monte paga R$ 684,20 para essa mesma função", diz Gobbo. "Estamos falando de construtoras que atuam nas mesmas obras. Além disso, boa parte dos trabalhadores de Porto Velho está indo para Altamira, mas é obrigada a aceitar um salário bem menor".
O CCBM chegou a apresentar uma proposta de 11% de reajuste para quem tem salário até R$ 1,5 mil. Esse percentual cairia conforme o aumento dos salários. O Sintrapav negou a proposta, mas não decretou greve geral. Neste momento, portanto, a paralisação dos trabalhadores deve-se a uma decisão da própria CCBM, por conta da tensão e da insegurança que tomou conta dos canteiros de obra.
Outra reivindicação apresentada pelo Sintrapav diz respeito à "baixada" dos trabalhadores, período dado ao funcionário para que ele possa visitar seus familiares. Pelo acordo atual, cada empregado tem direito a um descanso de nove dias corridos a cada seis meses de trabalho. O sindicato quer que esta licença seja dada a cada três meses. "Essa é a condição que foi garantida nas usinas do Madeira. Não tem por que ser diferente em Belo Monte", disse Gobbo.
Como ocorreu em Jirau, Belo Monte convive com o impasse de disputais sindicais. O Sintrapav, vinculado à Força Sindical, representa oficialmente os trabalhadores, mas o Conlutas também acompanha a movimentação de perto. Em seu site, o Conlutas informou que a revolta se espalhou em Belo Monte após o anúncio da proposta salarial feita pelo CCBM, de 11% de aumento real. "O Sintrapav, que apoiou a proposta de 11% do consórcio, foi expulso do canteiro juntamente com toda a equipe administrativa do sítio", informou o Conlutas.

O caos tomou conta dos canteiros de obra da maior hidrelétrica do país. Incêndio de ônibus e caminhões, destruição de alojamentos e escritórios, pessoas feridas, roubos e um quebra-quebra geral marcaram o fim de semana na construção de Belo Monte, nas margens do rio Xingu, no Pará. Os atos de vandalismo que resultaram na paralisação de 14 mil funcionários do Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM) ocorreram em meio às negociações salariais dos trabalhadores, cuja data-base se dá neste mês. Os autores da confusão, segundo o consórcio, ainda não foram identificados. O "Valor" apurou que ao menos cinco pessoas foram detidas pela Polícia Civil, em Altamira.


O que se sabe até agora é que um grupo de aproximadamente 30 homens encapuzados entrou em um dos quatro canteiros de obra da usina no sábado e iniciou as ações criminosas. No domingo, foi a vez de um segundo canteiro ser invadido. Ainda não há cálculos sobre os prejuízos. Nesta terça-feira, o CCBM fará uma vistoria nos canteiros para apurar os estragos e checar se há condições de retorno das obras. Em caso positivo, as operações podem ser retomadas parcialmente a partir de amanhã.


Sejam quais forem os motivos que detonaram a baderna, Belo Monte repete os capítulos de violência e vandalismo já vividos pelas hidrelétricas em construção no rio Madeira, em Porto Velho (RO), as usinas de Jirau e Santo Antônio. A Norte Energia, dona de Belo Monte, não se pronunciou sobre o assunto. A responsabilidade pelos trabalhadores e pela obra é do CCBM, contratado para erguer o empreendimento. Por meio de nota, o consórcio classificou os atos como "ação orquestrada" e informou que o assunto está sendo investigado pela polícia.


O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada e Afins (Sintrapav), que representa os trabalhadores na construção da usina, negou qualquer tipo de relação com os atos de vandalismo. Segundo Roginel Gobbo, vice-presidente do Sintrapav no Pará, a confusão atrapalhou as negociações que o sindicato realizava com o CCBM. Até ontem, ainda não estava definida uma nova data para retomada das negociações.


Basicamente, a proposta do Sintrapav é equiparar as condições de salário e benefícios de Belo Monte àquelas oferecidas nas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. Pelos cálculos do sindicato, isso significa aumentar em 33% o salário que hoje é pago para os trabalhadores da usina do Xingu. "Nas usinas do Madeira, o piso salarial de um ajudante é de R$ 906,12, enquanto Belo Monte paga R$ 684,20 para essa mesma função", diz Gobbo. "Estamos falando de construtoras que atuam nas mesmas obras. Além disso, boa parte dos trabalhadores de Porto Velho está indo para Altamira, mas é obrigada a aceitar um salário bem menor".


O CCBM chegou a apresentar uma proposta de 11% de reajuste para quem tem salário até R$ 1,5 mil. Esse percentual cairia conforme o aumento dos salários. O Sintrapav negou a proposta, mas não decretou greve geral. Neste momento, portanto, a paralisação dos trabalhadores deve-se a uma decisão da própria CCBM, por conta da tensão e da insegurança que tomou conta dos canteiros de obra.


Outra reivindicação apresentada pelo Sintrapav diz respeito à "baixada" dos trabalhadores, período dado ao funcionário para que ele possa visitar seus familiares. Pelo acordo atual, cada empregado tem direito a um descanso de nove dias corridos a cada seis meses de trabalho. O sindicato quer que esta licença seja dada a cada três meses. "Essa é a condição que foi garantida nas usinas do Madeira. Não tem por que ser diferente em Belo Monte", disse Gobbo.


Como ocorreu em Jirau, Belo Monte convive com o impasse de disputais sindicais. O Sintrapav, vinculado à Força Sindical, representa oficialmente os trabalhadores, mas o Conlutas também acompanha a movimentação de perto. Em seu site, o Conlutas informou que a revolta se espalhou em Belo Monte após o anúncio da proposta salarial feita pelo CCBM, de 11% de aumento real. "O Sintrapav, que apoiou a proposta de 11% do consórcio, foi expulso do canteiro juntamente com toda a equipe administrativa do sítio", informou o Conlutas.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Parceria
BRAVA Energia anuncia parceria e venda de 50% de infraes...
06/06/25
Negócio
Vallourec finaliza a aquisição da Thermotite do Brasil
06/06/25
Apoio Offshore
CBO fecha 2024 com expansão da frota, avanços em sustent...
06/06/25
Etanol
ORPLANA promove encontros com associações para esclarece...
06/06/25
Firjan
Receitas do petróleo não suportam mais taxas e inseguran...
06/06/25
Gás Natural
TBG reduz tarifas do Gasbol em até 28%
06/06/25
Hidrogênio
Vallourec obtém qualificação de sua solução de armazenam...
06/06/25
Amazônia
FGV Energia e Petrobras firmam parceria para geração de ...
06/06/25
Transição Energética
BNDES, Petrobras e Finep lançam edital para FIP em trans...
05/06/25
Pré-Sal
Shell aumentará participação no projeto operado de Gato ...
05/06/25
Biometano
Grupo de trabalho da ANP conclui estudos sobre regulamen...
05/06/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Inovação no DNA: Como a Comquality vem revolucionando o ...
04/06/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Oil States marca presença na Bahia Oil & Gas Energy 2025...
04/06/25
Oferta Permanente
Edital do leilão da Oferta Permanente e marco do Licenci...
04/06/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergipe Oil & Gas 2025 é lançado com foco em inovação e ...
04/06/25
Meio Ambiente
Supergasbras amplia ações que reduzem as emissões de CO₂...
04/06/25
Campos Marginais
Medidas Fiscais com Impacto Desproporcional às Operadora...
04/06/25
Biometano
Gasmig abre chamada pública para aquisição de biometano ...
03/06/25
QAV
GOL e TAP adotam o IATA FuelIS para otimizar o uso de co...
03/06/25
IBP
Posicionamento do IBP sobre receitas extras com petróleo
03/06/25
ANP
Com 3,734 milhões de boe/d, produção de petróleo e gás n...
03/06/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22