Valor Econômico
Um novo modelo integrado de negócios. A Braskem, maior companhia petroquímica do país, anunciou ontem que investiu R$ 30 milhões para a substituição de resinas em copos de plásticos descartáveis - a troca do poliestireno pelo polipropileno, uma resina mais versátil com larga aplicação na indústria.
A novidade, contudo, é que a empresa desenvolveu o projeto não só com a fabricante dos copos, mas também com a indústria de máquinas e equipamentos. "Vislumbramos uma oportunidade de negócios ao desenvolver essa aplicação", disse o vice-presidente de relações institucionais da Braskem, Alexandrino de Alencar.
O projeto, desenvolvido no Centro de Tecnologia e Inovação da Braskem nos últimos dois anos, foi feito em parceria com a Canguru Embalagens e a fabricante de máquinas e equipamentos NTS, ambas de Criciúma (SC).
Além da Canguru, outras duas fabricantes já demonstraram interesse e começaram a produzir copos descartáveis à base de polipropileno. O acordo fechado pela Braskem dá exclusividade no fornecimento de polipropileno por dois anos. As 28 máquinas desenvolvidas foram cedidas às fabricantes de copos por cinco anos, renováveis, sob o regime de comodato.
Segundo o diretor comercial de polipropileno da Braskem, Luís Felli, o mercado de copos descartáveis movimenta cerca de 65 mil toneladas por ano. A meta da companhia é tentar conquistar pelo menos metade deste bolo até meados do ano que vem. A Braskem projeta, para este ano, crescimento de 6% a 8% do mercado.
De acordo com Felli, a tecnologia empregada na produção permite rigidez nos copos à base de polipropileno. Outra vantagem, segundo o executivo, é que os novos produtos são transparentes, um atrativo aos consumidores. E,além disso, historicamente, as resinas de polipropileno costumam ter preços 10% a 15% inferiores ao poliestireno.
Os recursos aplicados pela Braskem no projeto fazem parte do pacote de investimentos de R$ 400 milhões previstos para este ano. A companhia tem visado outras aplicações para o polipropileno. Já fechou acordo com a Brasilit, do grupo francês Saint-Gobain, para troca das telhas e caixas d`água de amianto, e possui parceria com a Paulista, do grupo Danone, para substituir os copos de vidros de requeijão. A empresa disputa um projeto de uma nova fábrica de polipropileno que deverá ser construída pela Petrobras em Paulínia.
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