Jornal do Commercio
O presidente da Braskem, José Carlos Grubisich, disse ontem (19) que a companhia vai compor grupo de trabalho com a Petrobras para definir os detalhes do empreendimento petroquímico em que ambas vão participar no Peru, cujos investimentos devem chegar a US$ 2,5 bilhões para a produção de 1,2 milhão de toneladas anuais de polietileno.
A idéia é atender ao mercado do Sudeste Asiático, além da Costa do Pacífico, especialmente os Estados Unidos. Segundo o executivo, os investimentos seriam divididos entre Braskem, Petrobras e Petroperu. A Braskem já tem programados outros US$ 3,5 bilhões para serem investidos em unidades petroquímicas na Venezuela.
Segundo Grubisich, o caixa da empresa não será comprometido substancialmente. O memorando de intenções sobre o empreendimento foi assinado no último sábado no Peru, pelas duas empresas em parceria com a Petroperu.
"Agora vamos partir para os estudos técnicos e verificar a viabilidade econômica do projeto", disse o executivo, em entrevista após participar de congresso da indústria petroquímica, que reúne empresários e especialistas do setor no Rio de Janeiro.
Segundo ele, está entre as principais vantagens da central petroquímica no Peru o fato de o país ter acordo de livre comércio com os Estados Unidos, e por isso ficar livre dos impostos de importação naquele país. Além disso, a matéria-prima a ser utilizada é o gás natural, que tem mais vantagem econômica que a nafta.
"No Peru, o gás natural é rico em etano, o que favorece a produção petroquímica", explicou Grubisich. Além do gás natural existente nas megarreservas de Camisea, o projeto pretende ainda utilizar gás proveniente das novas descobertas nos blocos de número 57 e 58, que estão sob concessão da Petrobras e da Repsol.
Grubisich destacou que faz parte desta etapa de detalhamento do projeto verificar a possibilidade de integração do investimento com outros dois empreendimentos de porte que estão sendo preparados no Peru, o de construção de uma planta de GNL (Gás Natural Liqüefeito) e outro de fertilizantes. "A Braskem não participa de nenhum deles, mas há condições de integração, porque pode ser utilizado o mesmo gás", afirmou.
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