Etanol

Brasil/EUA buscam cooperação técnico-científica para a indústria

Redação/Assessoria Unica
27/09/2016 18:39
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Responsáveis por aproximadamente 73% da produção mundial de etanol de primeira geração (1G), biocombustível que reduz em até 90% a emissão da CO2 em relação à gasolina, Brasil e EUA têm enorme potencial para aumentar a cooperação técnico-científica e promover tecnologias mais avançadas no combate ao aquecimento do planeta, conforme prevê o Acordo de Paris.

Segundo enfatizou a representante da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) na América do Norte, Letícia Phillips, no 3rd Kingsman Miami Sugar Conference, evento realizado na primeira quinzena de setembro (12 a 14/09), no Estado da Flórida (EUA), a cooperação entre os dois países pode ajudar a acelerar a massificação da fabricação e uso do etanol de segunda geração (2G), combustível celulósico feito a partir de resíduos agrícolas.

“O etanol 2G dobra a oferta de biocombustível no mercado sem a necessidade de se expandir área de cultivo de cana ou milho. Pode se tornar referência principal no mercado internacional de combustíveis alternativos e da química ‘verde’, especialmente diante das metas de redução das emissões de gases de efeito estufa assumidas por mais de 190 nações no Acordo de Paris”, avalia Letícia Phillips. A participação da executiva na conferência organizada pela Kingsman só foi possível graças à parceria entre a UNICA e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) no projeto Brazilian Sugarcane Ethanol, que busca valorizar a imagem do combustível sucroenergético nacional no exterior.

Diante de uma plateia formada por mais de 100 especialistas de empresas e entidades ligadas aos segmentos de açúcar e biocombustíveis, a representante da UNICA descreveu a evolução do etanol no Brasil até os dias atuais, em que aproximadamente 68% da frota de veículos de passeio é abastecida com 100% de etanol hidratado (E100) ou gasolina contendo até 27% do combustível renovável (E27). Dados da UNICA indicam que, nos últimos 13 anos, ao abastecer o carro flex, o consumidor brasileiro evitou que mais de 350 milhões toneladas de CO2 fossem despejadas na atmosfera.

Outro ponto abordado por Letícia foi a diversificação da produção canavieira no País, onde o bagaço e a palha da cana forneceram, em 2015, energia elétrica suficiente para iluminar 10,4 milhões de residências, ajudando a poupar 14% da água nos reservatórios do submercado Sudeste/Centro-Oeste e evitando a emissão de 8,6 milhões de toneladas de CO2.

Políticas Públicas

De acordo com a executiva da UNICA, um ponto em comum, em todas as intervenções dos representantes da indústria do milho e da cana-de-açúcar nos EUA, Índia e Brasil, durante os debates, foi a necessidade de políticas mais concretas e duradouras para o etanol. “O etanol tem muito mais a oferecer para o mundo, mas precisamos de sinais claros e estáveis para retomarmos o ciclo de investimento. Medidas mais adaptadas à realidade desta indústria e que garantam a competitividade do biocombustível devem ser prioridade, em especial no Brasil e EUA”, conclui.

Acordo de Paris

Celebrado na capital francesa em dezembro de 2015, o Acordo de Paris tem o objetivo de limitar o aumento da temperatura média global abaixo de 2°C em relação aos níveis pré-industriais. Para isso, determina compromissos individuais de cada país para a redução das emissões de GEE.

No caso do Brasil, a proposta é reduzir 37% das emissões de gases de efeito estufa até 2025 e de 43% até 2030 (com base nos níveis de 2005), incluindo a participação de 18% de biocombustíveis sustentáveis na matriz energética, além de um aumento de 10% para 23% no uso de energia renováveis (solar, eólica e biomassa) exclusivamente na matriz elétrica.

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