PD&I

Brasil tem o pior desempenho em inovação entre os BRICS

Redação/Agência CNI de Notícias
19/01/2017 12:18
Visualizações: 855 (0) (0) (0) (0)

Um estudo inédito apresentado na reunião da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que o cenário da inovação no Brasil vem se deteriorando ao longo dos últimos anos. De acordo com a pesquisa O Desempenho do Brasil no Índice Global de Inovação, o país tem a pior perfomance em inovação entre os integrantes dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O estudo constatou não apenas que estamos na lanterna entre as economias emergentes, mas que a China tem resultados consideravelmente melhores que os demais países, estando em 25º no ranking geral. O Brasil aparece na 69ª colocação.

Tanto em termos absolutos quanto em posições no ranking, China, Rússia e África do Sul apresentaram melhores resultados, tendo subido, respectivamente, 4, 13 e 5 posições. A Índia perdeu 4 colocações (está em 66º lugar) e o Brasil, 22 colocações. Apesar de os integrantes do bloco terem dados semelhantes em investimento em inovação, as taxas crescem muito mais rápido na China, que, inclusive, tem números melhores em resultados da inovação. A Rússia aparece na 43ª posição e, a África do Sul, na 54ª.

Esta é a primeira avaliação do desempenho histórico do Brasil no IGI, principal indicador de inovação do mundo, elaborado desde 2007 pela Universidade de Cornell (EUA) e a Escola de negócios Insead (França), em parceria com a Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Ompi). O estudo, encomendado pela CNI e pelo Sebrae e elaborado por pesquisadores das duas universidades, examinou 79 critérios de performance do país, entre 2011 e 2016, incluindo total de recursos, resultados e eficiência dos investimentos feitos em inovação no Brasil.

Piora recente

O panorama da inovação no Brasil mudou de otimismo para preocupação em seis anos. O país passou da 47ª posição em 2011 - a melhor colocação já registrada - para a 69ª em 2016. A posição geral só não é pior do que a aferida em 2015, quando o Brasil ocupou o 70º lugar. Esmiuçando o dado, o Brasil precisaria aumentar em 60% seus investimentos em inovação, considerando recursos financeiros e humanos, para alcançar os índices da Suíça, que lidera o ranking.

Apesar de os investimentos terem crescido no período analisado, a tendência é oposta em termos de resultados em inovação, que vêm diminuindo, particularmente depois de 2014. “Observamos um declínio acentuado no indicador de eficiência da inovação do Brasil”, atesta o estudo. Em 2011, o país ocupava a 7ª colocação em eficiência da inovação. Em apenas cinco anos, despencou 93 posições e atualmente está em 100º lugar.

“A inovação é o motor da competitividade. Os dados mostram que, se não tornarmos nosso investimento mais eficaz e estratégico, se não colocarmos a inovação como uma prioridade, não conseguiremos reverter esse cenário. Isso, inclusive, compromete a capacidade de o país sair fortalecido da crise”, afirma a diretora de Inovação da CNI, Gianna Sagazio.

Pontos fortes e debilidades

O Brasil melhorou os investimentos em inovação, tendo ganhado 10 posições entre 2011 e 2016: passou de 68º para 58º no período. Cinco critérios compõem o indicador investimentos: instituições, capital humano e pesquisa, infraestrutura, sofisticação de mercado e sofisticação de negócios. Em todos os pontos, com exceção de instituições, o Brasil teve crescimento significativo, com destaque para a expansão das tecnologias de informação e comunicação. Entretanto, apesar do aumento de recursos para a inovação, o país não conseguiu convertê-los em resultados no mercado. Além disso, a publicação aponta problemas nos critérios instituições - sobretudo pela avaliação ruim do ambiente de negócios - e ensino, especificamente afetada pela baixa formação de engenheiros.

Recomendações

O estudo traz algumas recomendações para reverter o mau desempenho do Brasil. Entre elas, o fortalecimento de políticas em inovação para que investimentos públicos alavanquem privados, maior cooperação entre empresas e universidades, além de incentivo à internacionalização e ao empreendedorismo. "Também precisamos criar instrumentos para gerenciar, monitorar e avaliar a agenda de inovação, bem como reforçar nosso ecossistema de inovação e o sistema de financiamento", conclui Gianna Sagazio.

 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Biometano
Necta Gás Natural promove evento sobre as vantagens do b...
05/09/25
Combustíveis
IBP celebra avanço legislativo na tipificação de crimes ...
05/09/25
Rio Pipeline & Logistics 2025
Rio Pipeline & Logistics 2025 começa na próxima semana
05/09/25
Rio Pipeline & Logistics 2025
Grupo Omni Helicopters International leva drones de alta...
04/09/25
IBP
Devedor Contumaz: Aprovação no Senado representa avanço ...
04/09/25
Etanol
Nordeste mostra protagonismo em inovação tecnológica na ...
04/09/25
Reconhecimento
Supergasbras conquista Selo Ouro no Programa Brasileiro ...
03/09/25
Minas Gerais
Com investimento de R$ 314 milhões, centro pioneiro em p...
03/09/25
Copel
Presidente da EPE apresenta visão de futuro do setor elé...
03/09/25
Firjan
Indústria brasileira acumula quatro meses sem cresciment...
03/09/25
Firjan
Junto com a CNI, Firjan inicia missão empresarial nos EU...
03/09/25
Seminário
PPSA destaca potencial de upsides nas áreas que serão le...
02/09/25
Apoio Offshore
Posidonia incorpora PSV Posidonia Lion, sua primeira emb...
02/09/25
Brasil
ETANOL/CEPEA: Menor oferta sustenta preços em agosto pel...
02/09/25
Meio Ambiente
Brasol reduz emissões de GEEs em 72% e atinge marca de 7...
01/09/25
Combustível
Etanol anidro e hidratado registram alta na última seman...
01/09/25
Reconhecimento
Pesquisadora do Mackenzie conquista Prêmio Inventor Petr...
29/08/25
Combustíveis
IBP e FIESP debatem descarbonização da indústria rumo à ...
29/08/25
Etanol
Asprovac, afiliada da ORPLANA, passa a ter representação...
29/08/25
Royalties
Valores referentes à produção de junho para contratos de...
29/08/25
Gás Natural
BRAVA anuncia novo modal para venda de gás na Bahia
28/08/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

23