Jornal do Commercio
O Brasil está considerando entrar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), mas essa decisão só fará sentido quando o País tornar-se exportador de petróleo, segundo afirmou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, à agência Dow Jones.
“O Brasil já foi convidado várias vezes para entrar na Opep por alguns países, entre eles o Irã”, disse Lobão, acrescentando que o País está estudando o convite com interesse.
A produção de petróleo do Brasil vem crescendo nos últimos anos, enquanto a de vizinhos latino-americanos, como Venezuela e México, está em declínio. A estatal de petróleo brasileira, Petrobras - que é responsável por 95% da produção de petróleo e gás no Brasil -, produziu 2,18 milhões de barris de óleo equivalente (BOE) por dia em 2008.
consumo interno. Segundo Lobão, o governo está analisando se a entrada na Opep seria vantagem para o Brasil e quando isso poderia ser feito. Atualmente o País não pode entrar para o grupo porque consome toda a sua produção e, por isso, não poderia implementar os cortes determinados pela Opep, acrescentou o ministro.
Em 2008, a Petrobras precisou importar 37 mil barris de petróleo por dia a mais do que exportou. No entanto, se os derivados de petróleo forem incluídos, a companhia foi uma exportadora líquida de 77 mil barris por dia de petróleo e derivados combinados.
“Quando exportarmos petróleo, será o momento de se juntar à Opep”, disse Lobão. A Petrobras espera que a produção doméstica de petróleo e gás cresça para 3,31 milhões de BOE por dia a partir de 2013 e para 5,1 milhões de BOE por dia em 2020.
Lobão afirmou que hipotética entrada na Opep provavelmente não impediria a rápida expansão da produção de petróleo do Brasil. “Essa organização foi criada para servir e não para atrapalhar os países produtores”, disse.
Boa parte da nova produção de petróleo do Brasil deverá provir da camada pré-sal, no litoral do País. De acordo com Lobão, a área pré-sal poderá acrescentar entre 8 bilhões e 10 bilhões de barris às reservas nacionais. A estimativa não inclui recentes descobertas promissoras, como Carioca e Júpiter. O ministro observou que as reservas do pré-sal ainda não foram registradas como reservas provadas.
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