Pernambuco

Brasil e Venezuela divergem sobre refinaria

Valor Econômico
15/01/2009 04:17
Visualizações: 659 (0) (0) (0) (0)

A parceria entre a Petrobras e a venezuelana PDVSA na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, esbarra em uma divergência sobre os preços de referência do petróleo que será processado na unidade. O tema está na pauta da reunião de amanhã, em Caracas, entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez. Em dezembro, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, enviou carta ao ministro venezuelano de Energia, Rafael Ramírez, informando que a divergência precisa ser resolvida. Gabrielli acompanha a visita oficial.

 

O acordo inicial entre as duas estatais previa que cada uma assinasse contratos de venda de 100 mil barris/dia de seu petróleo para a refinaria, que terá capacidade de processar 200 mil barris de petróleo pesado. Também conhecida como Refinaria do Nordeste, ela será controlada por uma empresa de capital misto, sendo 60% da Petrobras e 40% da PDVSA.

 

Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento da Petrobras, disse ao Valor que a empresa já assinou contrato entre a refinaria prevendo que o petróleo brasileiro - do tipo Marlim, produzido na bacia de Campos - terá seu preço referenciado no mercado internacional. Isso significa que está sujeito ao “desconto” de praxe em relação ao Brent, por exemplo, que é um petróleo mais leve e mais caro.

 

Como Venezuela e Brasil produzem petróleo pesado, que chega a vendido até US$ 20 abaixo do Brent (que é referência no mercado europeu), a Petrobras pediu que a PDVSA assinasse um contrato similar. É o mesmo modelo aceito pela espanhola Repsol quando comprou 30% da refinaria Alberto Pasqualini (Refap) no Paraná.

 

Segundo Costa o acordo estava quase fechado quando a PDVSA pediu uma reavaliação e informou depois que não aceitava usar um preço de referência internacional. Prefere uma “referência Venezuela”. Gabrielli informou Ramírez que essa forma “não é aceitável”.

 

Agora, nas palavras de Costa, a companhia “vai escutar” o que os venezuelanos têm a dizer. Até o momento, a Petrobras foi a única empresa da sociedade a investir na refinaria. Pagou todas as despesas com terraplanagem e já recebeu proposta para aquisição das principais unidades da refinaria.

 

Já se arrasta há cinco anos a negociação entre Petrobras e PDVSA sobre investimentos conjuntos. Inicialmente a parceria envolvia a entrada da brasileira na exploração e produção de petróleo na faixa do Orinoco e de gás em Mariscal Sucre, além de projetos de produção em cinco campos maduros. Na Venezuela, a Petrobras teria participação de 40% nos projetos, mesmo percentual oferecido à PDVSA na refinaria do Nordeste, que nem tinha localização definida à época.

 

A Petrobras acabou desistindo de explorar gás e petróleo na Venezuela. Entre as dificuldades, houve indefinição no tamanho das reservas no Orinoco, mudança nos contratos da Venezuela com as petroleiras e as descobertas no Brasil, que vão exigir muito pessoal qualificado e investimentos. Apesar de os projetos serem ligados e a Petrobras ter desistido dos negócios na Venezuela, a PDVSA segue como sócia potencial da refinaria.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
PPSA
Produção de petróleo da União ultrapassa 100 mil bpd em ...
16/12/24
Eólica Offshore
Posicionamento IBP - Aprovação do PL de Eólicas Offshore
16/12/24
Etanol
Hidratado volta a cair e anidro fecha valorizado na semana
16/12/24
Energia Eólica
Aprovação do Projeto de Lei 576/2021: Eólicas Offshore n...
13/12/24
Energia Elétrica
ENEL lança edital de chamada pública e libera R$ 59,5 mi...
13/12/24
Oportunidade
Subsea7 abre Programa de Estágio 2025 para diversas áreas
13/12/24
Energia Elétrica
Eletrobras conclui instalação de polos do Innovation Gri...
12/12/24
Hidrogênio Verde
Parceria entre SENAI CIMATEC e Galp viabiliza primeira p...
12/12/24
Petrobras
Novos contratos para construção e afretamento de 12 emba...
12/12/24
Etanol
Lei que regulamenta mercado de carbono no Brasil é sanci...
12/12/24
Termelétrica
Eneva conclui aquisição de usina Gera Maranhão
12/12/24
Sustentabilidade
Ambipar e USP inauguram Centro de Pesquisa e Inovação em...
12/12/24
Apoio Offshore
Omni Táxi Aéreo renova contrato com a TotalEnergies
12/12/24
Avaliação
Brasil ocupa 46ª posição em ranking de competitividade d...
12/12/24
Drilling
Foresea realiza primeira operação de perfuração de poço ...
11/12/24
Transição Energética
Senado aprova programa de incentivo a fontes renováveis
11/12/24
Rio Grande do Norte
Diretor do SENAI-RN aponta oportunidades da transição en...
10/12/24
Oferta Permanente
CNPE aprova inclusão de sete blocos na Oferta Permanente...
10/12/24
Rio de Janeiro
Petrobras, IBP, SINAVAL e ABEEMAR promovem rodada de neg...
10/12/24
Oportunidade
Programa Autonomia e Renda Petrobras abre mais 12,7 mil ...
10/12/24
Indústria Naval
CNPE define índice mínimo de 50% de conteúdo local para ...
10/12/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

21