América do Sul

Brasil e Venezuela assinam hoje 22 acordos para investimento conjunto

Valor Econômico
14/02/2005 02:00
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As repetidas declarações de afinidade entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ganham contornos concretos hoje, com a assinatura de 22 acordos de cooperação para uma "aliança estratégica" entre os dois governos e a celebração de negócios entre empresas brasileiras e estatais venezuelanas. Um dos principais projetos abrigados pelos acordos é o de associação entre a Petrobras e a gigantesca Petróleos de Venezuela (PDVSA) para construção de uma refinaria no Nordeste brasileiro - provavelmente em Pernambuco.
Os acordos entre os dois presidentes incluem medidas para pôr em prática um sistema de garantias oficiais de financiamento, pelo sistema de Convênio de Crédito Recíproco, pelo qual parte do risco dos empréstimos é assumido pelos banco centrais dos dois países. Por falta de garantias, apenas a partir de setembro de 2004 o BNDES começou a liberar uma parte dos US$ 1 bilhão em financiamentos prometidos a Chávez por Lula em 2003, para projetos na Venezuela. Foram comprometidos, até agora, pouco mais de US$ 200 milhões, recursos para a hidrelétrica de La Vultuosa e para a linha 3 do metrô de Caracas, ambos a cargo da Odebrecht; e para a compra de 22 colheitadeiras destinadas ao projeto de irrigação denominado El Diluvio.
As negociações para os projetos conjuntos de empresas com o governo venezuelano e para dar forma final aos acordos seguem hoje, pela manhã, com a presença dos presidentes. Embora Pernambuco seja o Estado mais cotado para abrigar a nova refinaria da PDVSA com a Petrobras - nesse caso com participação também da Renor, empresa local criada para esse empreendimento - o tema ainda é fruto de discussão, e há, entre empresários locais, quem acredite na possibilidade de surgirem divergências entre as duas estatais.
A Vale do Rio Doce garantiu a assinatura de um contrato com a Copozule para explorar carvão mineral no Estado de Zule, que Chávez já anuncia como candidato a fornecer matéria-prima para a China.
Os projetos de cooperação incluem ainda memorandos de entendimento nas áreas de defesa e proteção da Amazônia, energia elétrica, petróleo e gás, etanol e biodiesel, siderurgia, infra-estrutura, promoção comercial, telecomunicações, comunicação social, pesca e desenvolvimento agrário. Os venezuelanos esperam contar com a ajuda brasileira para desenvolver o plantio de soja em regiões pobres do país e para o fornecimento de alimentos destinados aos mercados populares com produtos subsidiados mantidos pelo governo Chávez.
Paralelamente ao encontro, empresários dos dois países realizarão um encontro para avaliar a integração. "Os acordos abrem portas para que possamos negociar com as agências de governo", comenta o presidente da Câmara de Comércio Brasil-Venezuela, José Francisco Marcondes Neto.
Entre as reivindicações que os empresários levarão aos presidentes está a de garantias reais para financiamentos no comércio bilateral e maior concorrência nas rotas aéreas entre os dois países (hoje um monopólio da Varig).
Querem também a volta da compra de petróleo venezuelano pela Petrobras, para reduzir o saldo comercial em favor do Brasil, hoje em quase US$ 1,3 bilhão. "O Brasil já importou quase US$ 1 bilhão anual em petróleo da Venezuela e parou sob alegação de que o petróleo é pesado, e os portos locais não suportam os grandes petroleiros", queixa-se Marcondes.

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