País sai da 65ª para a 60ª colocação no relatório global.
Valor Econômico
O Brasil melhorou cinco posições no relatório global de tecnologia da informação divulgado na quarta-feira (10) pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês). Depois de passar da 56ª para a 65ª colocação em 2012, o país deu sinais de recuperação e ficou com a 60ª posição na nova edição do estudo. A Finlândia assumiu a liderança e desbancou a Suécia, que foi para o 3º lugar. Cingapura se manteve 2º, enquanto Holanda e Noruega avançaram uma posição e completam a relação dos cinco primeiros mercados na pesquisa.
Realizado em parceria com 167 organizações em todo o mundo, o estudo avaliou os impactos da tecnologia da informação e comunicações (TIC) para o desenvolvimento e a competitividade de 144 países. O relatório é baseado na análise de quatro vertentes: infraestrutura, qualificação e custo de acesso à tecnologia; preparo de governos, empresas e pessoas para o uso da TIC; ambiente de inovação, de negócios, político e regulatório; e impactos econômicos e sociais gerados pela tecnologia.
A nova posição do Brasil é reflexo direto dos avanços observados na oferta e no acesso à infraestrutura de TIC. Nesse quesito, o país saiu da 68ª colocação, há um ano, para a 62ª. Mas, a pesquisa ressalta novos barreiras para que o país consiga usar essas melhorias a seu favor e alcançar um novo estágio de competitividade. "O grande gargalo começa a ser a formação de profissionais capazes de atuar nos novos modelos de negócios que a tecnologia tende a impulsionar", disse ao 'Valor' Eric Camarano, diretor-presidente do Movimento Brasil Competitivo, parceiro local da WEF na pesquisa.
O relatório mostra que em termos de preparo para o uso da tecnologia, o Brasil ficou na 91ª posição, ante a 86ª no ano passado.
As questões regulatórias e o ambiente de incentivo à inovação são indicados como essenciais para que o Brasil consiga galgar novas posições no ranking. Nesses temas, o país passou da 101ª posição em 2012 para a 107ª.
No plano da inovação, Camarano destacou as recentes iniciativas do governo federal para ampliar a oferta de recursos voltados à pesquisa e desenvolvimento. Em contrapartida, o diretor destacou a necessidade de tratar outras questões, como a simplificação da estrutura de custos sobre o setor e a maior aproximação entre as universidades e o setor privado. "Temos uma integração maior entre a academia e o mercado em segmentos como óleo e gás, mas no geral, essa conexão ainda é muito precária", afirmou.
Entre os países da América Latina e Caribe, o Brasil foi superado pelo Chile, Porto Rico, Barbados, Panamá, Uruguai e Costa Rica. Em relação aos BRICs, o país ficou atrás de Rússia e China, e à frente da Índia e África do Sul.
Na avaliação de Camarano, esses dados expõem o fato de que o Brasil ainda não apresenta diferencial de competitividade e de atração de investimentos no mapa global de tecnologia, e que está no mesmo nível de vizinhos da região. "Houve avanços importantes. O que questionamos é se estão acontecendo na velocidade adequada para que o Brasil se destaque nesse cenário", disse.
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