Energias Alternativas

BR Distribuidora confirma pedido feito por Collor

Valor Econômico
11/08/2010 12:55
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A BR Distribuidora, subsiidária da Petrobras, fechou mesmo um contrato de compra de etanol com o Grupo João Lyra, de Alagoas, como divulgado pela revista "Veja" dessa semana. O pedido para "agilizar" o contrato de compra de álcool produzido pelas empresas do usineiro João Lyra foi feito pelo ex-presidente da República e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), ex-cunhado da filha de Lyra, Thereza Collor de Mello.


O senador pediu um contrato de longo prazo (20 anos) e algum tipo de antecipação dos pagamentos que pudesse "ajudar" o grupo Lyra a se recuperar dos prejuízos causados às usinas pelas enchentes em Alagoas no mês passado.


A planta mais afetada foi a da usina de Laginha, em União dos Palmares (AL), que perdeu seis tanques de armazenamento carregados pelas chuvas. Essa usina, uma das cinco do grupo João Lyra espalhadas por Alagoas e Minas Gerais, está processo de recuperação judicial.

A resposta da BR Distribuidora para Collor foi de que esse tipo de contrato não é prática da companhia, que tem 22% do mercado brasileiro de etanol. A BR explicou ao Valor que não faz contratos com duração maior do que quatro anos (regra do Tribunal de Contas da União) e nem antecipa recursos, pagando apenas mediante entrega do produto.


O objetivo de Collor e Lyra era que o contrato facilitasse a obtenção de uma linha de financiamento para o grupo no setor bancário que ajudasse a financiar a recuperação dos estragos ocorrido em junho. Com a garantia do contrato de longo prazo da estatal, será mais fácil obter o empréstimo no banco.


A BR informou que fechou um contrato para compra de álcool anidro e álcool hidratado em volumes considerados "normais" e necessários para atender à demanda na região da usina, sem fornecer detalhes sobre volumes e nem preços.


A usina de Laginha tem relacionamento com a BR desde 1994 e, segundo a distribuidora, é uma das 259 produtoras de álcool com as quais mantém relacionamento comercial.


O pedido feito em junho foi aprovado em julho. A intervenção de Collor não causou surpresa. O senador, único presidente do Brasil que teve um pedido de "impeachment" votado pela Câmara e os direitos cassados por oito anos, não é o único político a usar o cargo para ajudar grupos políticos e econômicos regionais, principalmente do setor sucroalcoleiro.
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