Gás

Bolívia pedirá arbitragem se Brasil negar alta do preço do gás

Reuters
15/08/2006 03:00
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LA PAZ - A Bolívia pedirá uma arbitragem internacional se no prazo de dois meses não chegar a um acordo com o Brasil para elevar o preço do gás natural que abastece o mercado de São Paulo, disse o ministro de Hidrocarbonetos, Andrés Soliz, segundo informou na quarta-feira a agência estatal ABI.

Soliz afirmou que o governo do presidente Evo Morales não quer outro adiamento de 60 dias como o que entrou em vigor no final da semana passada, porque considera "urgente" definir uma nova fórmula de reajuste do preço que responda à realidade do mercado internacional.

O preço vigente desde julho é de 4 dólares por milhão de unidades térmicas britânicas (BTU) e, ao planejar a mudança na fórmula de cálculo, o governo boliviano disse que o preço deveria ser ao menos de 7 dólares.

"Se não houver acordo dentro de 60 dias, haverá uma arbitragem, essa é a decisão do governo boliviano", disse Soliz, de acordo com a ABI.

Bolívia e Brasil negociam o assunto desde fins de junho e até agora há a negativa brasileira de aceitar que o preço se relacione mais com o mercado internacional do que com seu mercado doméstico, informou o governo de La Paz.

O aumento do preço do insumo é um ponto-chave dentro da estratégia do presidente Evo Morales de combater a pobreza na Bolívia, que conta com as segundas maiores reservas de gás natural da América do Sul, depois da Venezuela.

Dentro desse plano de aumentar as receitas do Estado de petróleo e gás, a Bolívia anunciou em maio passado a nacionalização do setor, estabelecendo o controle do Estado no processo produtivo.

"Um dos argumentos apresentados pela Petrobras é que o gás boliviano serve para alimentar as termelétricas do Brasil e essas termelétricas têm de vender eletricidade a preço subsidiado, em conseqüência querem que o gás tenha um preço ainda menor", disse Soliz.

O ministro acrescentou que a Bolívia segue confiante de que a negociação não resultará em uma arbitragem, mas em um acordo favorável para ambas as partes.

Um próximo encontro das petrolíferas estatais YPFB e Petrobras está marcado para 14 de setembro, na Bolívia.

O Brasil compra atualmente entre 24 milhões e 27 milhões de metros cúbicos diários de gás natural boliviano, de um total acertado de 30 metros cúbicos, segundo um acordo com validade até 2019.

Em fins de junho, Bolívia e Argentina concordaram em elevar para 5 dólares o preço do gás boliviano e negociar um eventual reajuste no final do ano.

A Argentina importa atualmente até 7,7 milhões de metros cúbicos diários de gás natural, e confirmou na segunda-feira sua decisão de construir um novo gasoduto para comprar 20 milhões de metros cúbicos adicionais e instalar uma planta separado de líquidos em território boliviano.

O governo boliviano espera que as exportações de gás para Argentina e Brasil alcancem este ano pelo 1,5 bilhão de dólares.

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