A Petrobrás vem enfrentando dificuldades para retirar todo o volume de gás contratado junto à Bolívia. Segundo o presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli, problemas em um gasoduto boliviano estão impedindo o envio dos 30 milhões de metros cúbicos por dia previstos em contrato. Ele não soube informar, porém, qual o volume importado pelo Brasil atualmente.Segundo Gabrielli, a empresa está comprando "tudo o que pode" da Bolívia.
A situação é diferente da verificada no início do mês, quando havia excedente de gás natural no mercado interno e as importações foram reduzidas. Na época, a diretora de gás e energia da estatal, Graça Foster, chegou a dizer que tinha mais de 10 milhões de metros cúbicos sobrando no mercado. A Petrobrás chegou a realizar dois leilões de gás em contratos de curto prazo para desovar parte da oferta excedente.
Nessa quinta-feita, Gabrielli afirmou que não há mais sobra. "O mercado de gás é muito volátil. Podemos ir dos 5 milhões de metros cúbicos num dia para 15 milhões de metros cúbicos, se houver a necessidade de acionamento das térmicas", comentou.
Ele disse, porém, que a restrição nas importações bolivianas não representa riscos ao abastecimento interno, já que pode ser compensada com o aumento da produção nacional de gás. A Petrobras calcula que o consumo interno do combustível situa-se hoje na casa dos 45 milhões de metros cúbicos por dia.