Se o governo não assumisse quase metade da usina hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingú, no Pará, provavelmente o projeto ficaria no papel. A avaliação é do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, um dos responsáveis pela elaboração do projeto. Segundo ele, a região precisa ser desenvolvida, com projetos de infraestrutura, como estradas e novas moradias.
A usina tem capacidade de geração de 11 mil MW, com produção reduzida para não causar danos ambientais. "É uma usina complicadíssima em um lugar complicado. Vai precisar ação permanente do governo. É uma usina que se você largar, não vai sair", afirmou Tolmasquim a jornalistas após palestra no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), no Rio.
O executivo indicou que a população local, tribos indígenas e ribeirinhos, precisa do papel do Estado para não ficar "à mercê" dos investidores da usina. Ele informou ainda que existe a ideia de tornar a usina de Belo Monte um polo de desenvolvimento local.